O meia-atacante Dodô, de 25 anos, está sem clube há quatro meses e busca uma nova chance no futebol após perder quase R$ 1 milhão devido ao vício em apostas esportivas. Revelado pelo Botafogo-SP e com passagem pelo Bahia, ele viu sua carreira e vida financeira desmoronarem, perdendo carro, apartamento e todas as economias que acumulou até então.
Dodô afirma estar recuperado da dependência e luta contra o preconceito de dirigentes e patrocinadores que temem sua recaída. Segundo ele, o envolvimento dos clubes com empresas de apostas esportivas também dificulta sua volta aos gramados, já que a maioria das equipes recebe patrocínio do setor e poderia enfrentar problemas ao contratá-lo.
Enquanto aguarda uma oportunidade, mantém a forma física em uma academia, joga futebol amador nos finais de semana e trabalha no setor de logística para se sustentar.
O atleta garante que está mentalmente fortalecido e pronto para voltar a atuar profissionalmente. "Estou lutando para voltar. O dirigente que me der uma oportunidade pode ter certeza de que estará contratando uma pessoa diferente, madura e comprometida", afirmou.
O mercado de apostas online movimenta bilhões no Brasil e afeta milhares de jogadores. Um levantamento do Banco Central revelou que entre janeiro e março deste ano, os brasileiros gastaram entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões em bets. A compulsão por jogos de azar é reconhecida como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que alerta para os riscos da ludopatia, capaz de alterar neurotransmissores do cérebro e aumentar a compulsão por apostas.
Especialistas apontam que o primeiro passo para a recuperação é reconhecer a dependência e buscar ajuda profissional. Dodô afirma que já superou essa fase e aguarda apenas uma chance para recomeçar sua trajetória no futebol profissional.