A expectativa em torno do jovem carioca João Fonseca na disputa do Rio Open já estava bastante alta antes mesmo dele ter elevado tudo um pouco mais ao faturar o ATP 250 de Buenos Aires no último domingo. Um dia depois, ele já estava no Rio de Janeiro para a disputa do ATP 500 carioca, fez seu primeiro treino antes da estreia na competição e vivenciou a experiência de ser o grande ídolo local, um panorama bastante diferente de anos atrás.
“É uma pressão boa, é um sonho jogar tênis e uma honra representar o Brasil. Como eu já disse várias vezes, fazer esse papel de inspirar crianças é muito legal, ainda mais fazendo o que eu gosto, isso me dá combustível para seguir lutando e trabalhando cada vez mais duro por novos títulos. As coisas vão acontecer naturalmente, não posso dizer que vou ser uma estrela do tênis, não é assim que funciona, mas posso dizer que estou trabalhando muito duro para chegar lá”, disse Fonseca.
Assim como falou antes de sua estreia em Buenos Aires, o tenista de apenas 18 anos destacou as mudanças bruscas que têm acontecido nos primeiros anos como profissional. “Fui jogando torneios maiores cada vez maiores, fui crescendo. O João de um ano atrás não acreditaria que poderia chegar tão longe tão cedo. Fico feliz com minha trajetória até aqui”, comentou o jovem brasileiro.
“Nessa semana aqui consegui ver o quanto tudo mudou. Ficou muito feliz e orgulhoso de mim mesmo, mas ao mesmo tempo querendo mais. Ver as crianças me seguindo me dá forças para continuar trabalhando”, acrescentou Fonseca, que se viu sair de fã para ídolo, sendo cumprimentado por estrelas do esporte após a conquista em Buenos Aires. “Honrado porque são ídolos mundiais sabendo quem eu sou. Neymar, Vini Jr, Ronaldo, eles são pessoas intocáveis e me parabenizaram, é sensacional. Dois anos atrás eu era o torcedor e via as pessoas como ídolos”, destacou.
Festa por 1º título e foco na estreia
O jovem carioca não escondeu a felicidade pela conquista inédita, se tornando o mais jovem brasileiro a levantar uma taça na ATP. “É meu primeiro título, é muito especial para mim. E logo depois tenho uma semana no Rio, é um passo importante na minha carreira. Foi passo bem grande e espero poder cada vez mais jogar os torneios maiores. Primeiro título é sempre inesquecível, foi na Argentina, gostaria que fosse aqui, mas foi especial”, comentou Fonseca.
“Obviamente tem uma expectativa muito maior depois de um título”, falou o carioca, que na temporada passada foi às quartas no Rio. “Depois de um ano muita coisa mudou, saindo de 700 para 70. Vai ser muito diferente, é um salto importante de maturidade para mim. O que aconteceu no passado e agora é focar no presente. Treinei super bem hoje”, disse.
A estreia de Fonseca será contra o francês Alexandre Muller, de 28 anos e atual 60 do mundo, em duelo inédito. “Nunca joguei com o Muller e nunca treinei com ele. É um jogador que não conheço bem, mas vou ver com minha equipe para montar um plano de jogo”, pontuou o carioca, que garantiu que os problemas físicos que teve na semifinal e final de Buenos Aires já estão superados.
uol/Folha