O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) manteve nesta quarta- feira (10/12) o nível da taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. Essa decisão se dá após as divulgações do PIB brasileiro, que seguiu estagnado no 3º trimestre deste ano, e a inflação oficial - Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro (0,18%) - a menor taxa para um mês de novembro desde 2018.
Com a manutenção da taxa nominal de juro em 15%, o BC, chefiado por Gabriel Galípolo, presenteia os banqueiros com uma taxa de juros reais de 9,44% (descontado a inflação esperada), a segunda maior taxa do planeta, que perde apenas para a da Turquia (10,33%), de acordo com cálculos do site MoneYou, que analisou 40 países – sendo média geral de juros reais de 1,14%.
Em 12 meses até outubro, a inflação ficou em 4,46%, dentro do intervalo de tolerância de 4,5% proposto pelo sistema de metas de inflação do governo federal. Números do IBGE, divulgados na última semana, revelaram que o PIB brasileiro segue em estagnação, ao variar em alta de 0,1% no 3º trimestre deste ano, após ficar em 0,3% no 2º trimestre do mesmo ano.
Esses resultados foram inferiores ao primeiro trimestre de 2025, de 1,5% de crescimento, devido principalmente à agropecuária, que conta com a menor participação no PIB.
A estagnação da economia é reflexo direto dos escorchantes juros do BC, que vem desaquecendo o consumo das famílias, paralisado no 3º trimestre deste ano, ao variar em alta de 0,1% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, e registra alta de apenas 0,4% em relação ao mesmo período de 2024 – sendo a menor taxa desde o primeiro trimestre de 2021, época de pandemia de Covid-19.
Com a Selic em 15%, em 12 meses até outubro deste ano, o gasto do setor público consolidado (União, Estados/municípios e estatais) com juros chega a R$ 987,2 bilhões, o que corresponde a 7,88% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) do Brasil.
Em seu comunicado, o Copom afirma que “decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a”., e avalia que “a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”.
Segundo o Comitê, “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, ameaça.


