O governo federal deu início a uma ampla reformulação em sua estrutura de cargos comissionados após sofrer uma derrota significativa no Congresso Nacional. Segundo levantamento realizado pelo UOL, aproximadamente 380 pessoas filiadas a partidos do Centrão que comandam ministérios na Esplanada dos Ministérios ocupavam posições no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes da onda de demissões oficializadas na última sexta-feira (10/10).
A decisão de exonerar os indicados políticos foi tomada após essas legendas votarem para deixar caducar a Medida Provisória que previa o aumento de impostos sobre apostas esportivas online e investimentos financeiros. A votação, realizada na semana anterior às demissões, representou uma ruptura na base de sustentação do governo no Legislativo e motivou a resposta imediata do Palácio do Planalto.
Os dados revelam que integrantes do bloco continuaram a ocupar postos-chave da máquina pública, apesar das bancadas votarem contra projetos de interesse do Planalto. Esses desligamentos foram interpretados como uma forma diante da resistência de parlamentares em apoiar projetos prioritários.
NÚMERO DE CARGOS POR PARTIDO
De acordo com a reportagem, o União Brasil lidera a lista, com 119 cargos distribuídos em 26 ministérios.
Em seguida aparece o MDB, com 112 cargos.
O PSD ocupa 63 cargos e foi o único partido que ampliou seu espaço desde o início da atual gestão, superando o período em que ainda restavam nomeações herdadas do governo Jair Bolsonaro (PL).
O PP mantém 48 cargos, sete deles no Ministério dos Esportes, comandado por André Fufuca (PP-MA), além de posições na AGU, Saúde, Integração e Gestão.
Já o Republicanos soma 36 cargos, com maior peso no Ministério da Integração e presença em Transportes, Povos Indígenas, Agricultura e três postos no Ministério de Portos e Aeroportos, chefiado por Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).