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Variedades Quarta-feira, 04 de Junho de 2025, 18:42 - A | A

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Gota: entenda a doença que Jared Leto desenvolveu ao engordar para personagem

Ator chegou a ficar em cadeira de rodas por conta de mudança corporal; veja quais os sintomas

Da Redação

Conhecido por sua capacidade de transformar o próprio corpo para viver personagens, Jared Leto acabou levando isso a um limite arriscado em "Capítulo 27 - O Assassinato de John Lennon" (2007). Para interpretar Mark David Chapman, o ator ganhou 30 quilos, o que deu a ele um quadro de gota, além de deixá-lo de cadeira de rodas.

“Tive que andar de cadeira de rodas porque era muito doloroso. Meu corpo estava em choque pelo tanto de peso que eu tinha ganho. Demorou mais de um ano para eu voltar a um peso parcialmente normal. Eu não sei se vou retornar algum dia para aquele lugar que eu estava, fisicamente falando”, continuou o astro ao LA Times.

Mas o que é gota?

O gshow conversou com o médico Henrique Pereira Sampaio, reumatologista coordenador da Comissão de Artropatias Microcristalinas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), que explicou do que se trata a doença.

A gota é a artrite inflamatória mais prevalente do adulto, de acordo com o médico. Ela é ocasionada pelo acúmulo de cristais de ácido úrico, que se depositam nos tecidos e articulações, levando então ao quadro clínico da gota.

"O ácido úrico é um produto naturalmente produzido por nós. É a via final do metabolismo das purinas, que são substâncias importantes, produzidas em sua maior parte a partir de substratos do nosso próprio organismo[...]. Depois de produzir, então, uma parte do ácido úrico é eliminada, a maior parte pelos rins e uma menor parte pelo intestino", explica o reumatologista.

O que pode causar gota?

O reumatologista da SBR conta que há diversos fatores que podem influenciar no nível de ácido úrico de uma pessoa, o que pode levar a um quadro de gota. Homens também têm maior propensão a ter a doença, mas o fator genético se mostra como o principal.

Alimentação é um fator relevante, mas não costuma ser o principal motivador do aumento de ácido úrico. Comorbidades como obesidade, hipertensão e diabetes também devem ser lavadas em consideração.

"Dentre todos os fatores que podem influenciar o nível de ácido úrico, o que mais influencia é o genético/hereditário. A gente vê que a maioria, uma parcela significativa dos pacientes com gota, têm parentes de primeiro grau também com gota", observa o Dr. Henrique Sampaio.

Obesidade aumenta o risco de gota?

Obesidade pode aumentar o risco gota, como explica o reumatologista da SBR. Isso acontece porque há aumento da produção de ácido úrico no organismo, assim como a diminuição na eliminação natural dele pelo corpo.

"Esses dois mecanismos vão culminar com o aumento do ácido úrico no organismo da pessoa, podendo levar ao desenvolvimento da gota. Então, sim, a obesidade é um dos fatores de risco para a gota. Inclusive, uma das formas de se tratar a gota é baixar o peso, manter hábitos de vida saudáveis, além do tratamento medicamentoso", diz o Dr. Henrique Sampaio.

Como a gota se apresenta no corpo?

O quadro clínico clássico da gota é caracterizado por crises de monoartrite - a inflamação de uma articulação por vez - levando a inchaço, dor, vermelhidão, calor local e limitação funcional. Ainda de acordo com o reumatologista da SBR, o paciente pode ter dificuldade para caminhar.

"Ela [a gota] inicia-se nas articulações dos pés, principalmente na articulação do dedão, levando a uma crise de artrite que dura em torno de 57 dias e, então, passa. Depois de alguns meses, volta a crise de novo", pontua Sampaio, que também conta como a doença pode evoluir se não for tratada.

"Com o tempo, esse intervalo assintomático vai diminuindo, e as crises vão ficando cada vez mais frequentes, pegando outras articulações e podendo inflamar mais articulações ao mesmo tempo. Esse quadro clínico vai piorando cada vez mais depois de 5 e 10 anos de doença", conta o reumatologista.

Gota tem cura?

O tratamento de gota é realizado com uma combinação de medidas medicamentosas e não medicamentosas, conta Sampaio. Isso faz com que o paciente fique livre das crises da doença, e os cristais de ácido úrico somem. O indivíduo, no entanto, precisa manter a medicação ativa.

"O paciente vai precisar tomar medicamento para o resto da vida. São medicamentos que baixam ácido úrico, que a gente chama de úrico redutores. Portanto, a gente pode chamar de cura ou de controle total da doença. Pois sim, o paciente vai fazer um uso contínuo do medicamento", pontua o reumatologista.

Mulheres podem ter gota?

Homens têm maior propensão de ter gota, aponta Sampaio. Mulheres também podem desenvolver a doença, mas têm menor risco, isso por conta do fator hormonal.

"Realmente o sexo masculino é um fator de risco para a gota, porque as mulheres estão naturalmente protegidas contra a gota até elas entrarem na menopausa. Sabemos que o hormônio estrogênio tem um efeito de eliminar ácido úrico pela urina. Então, enquanto a mulher produz estrogénio, ela está protegida da gota. Quando ela entra na menopausa, há uma queda desse hormônio e, consequentemente, ela perde o efeito protetor dele.

"Então a mulher também pode ter gota. Mas em geral, a mulher inicia o quadro de gota com uma idade mais avançada, na pós menopausa, a partir de 50, 60 anos. Enquanto os homens eles tendem a iniciar a partir dos 30 muitas vezes", justifica o médico.

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