A Bombril, uma das marcas mais lembradas no país pelas lãs de aço (ou palhas de aço, como também são conhecidas), entrou com pedido de recuperação judicial no início desta semana e reportou uma dívida de aproximadamente R$ 2,3 bilhões.
Atualmente, segundo o site para investidores do grupo, o portfólio da companhia tem 14 marcas e 217 itens de limpeza. Além da Bombril, o grupo é dono e Limpol, Mon Bijou, Sapólio Radium, Kalipto e Pinho Bril.
Além disso, possui três fábricas em São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
O pedido de recuperação atual é decorrente de dívidas tributárias do início dos anos 2000. Em fato relevante ao mercado, a Bombril disse que a empresa possui "contingências tributárias relevantes", especialmente as relacionadas a autuações da Receita Federal por suposta falta de recolhimento de tributos no valor de cerca de R$ 2,3 bilhões.
Esses tributos teriam incidido sobre operações de aquisição de títulos de dívida estrangeiros realizadas entre 1998 e 2001 pela companhia e pela Cragnotti & Partners, na época controlador da Bombril.
A Bombril disse no comunicado que sua diretoria reavaliou as chances de perda nos processos judiciais e discutiu alternativas para lidar com a questão.
Segundo a empresa, o risco de perder esses processos representa uma "ameaça aos bons resultados contábeis que vêm sendo obtidos pela Bombril, expondo a companhia a riscos considerados elevados, relacionados à reavaliação da sua capacidade de adimplência por parte de fornecedores e financiadores e, no limite, à descontinuidade de determinadas relações comerciais e vencimento antecipado de dívidas".
A Bombril acrescenta que a apresentação do pedido de recuperação judicial visa conduzir negociações para adequação de sua estrutura de endividamento, garantir a manutenção operacional das atividades da companhia e proteger seu caixa.
No pedido encaminhado à Justiça, o grupo diz, por meio de seus advogados, que a companhia é sólida e tem condições de se recuperar.