Muito mais do que corrigir a injustiça contra o jogador Vinicius Júnior, sua escolha como o melhor jogador do mundo pela FIFA, desnuda de modo claro o racismo da elite branca européia contra o craque brasileiro, na eleição do Bola de Ouro 2024.
Na temporada considerada pelo prêmio Bola de Ouro, Vinicius Júnior fez 26 gols e deu 11 assistências em 49 jogos, atuando pelo Real Madrid. Conquistou a Liga dos Campeões da Europa, que reúne a elite dos clubes do futebol europeu e mundial, venceu o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha. Conquistou os prêmios individuais de melhor jogador da Liga dos Campeões da Europa, da seleção da Liga dos Campeões da Europa e também da seleção da FIFA.
Portanto, ganhou todos os prêmios e sua escolha pelo troféu Bola de Ouro 2024, realizado pela Revista France Football em 28 de outubro, seria uma questão de coerência e respeito aos principais indicadores para escolha do melhor do mundo, o que não ocorreu em razão da denúncia que Vinicius Júnior faz do racismo. A luta contra a discriminação racial obrigou a aceitação de vários jogadores negros na Europa, que passaram a ser tolerados e receberam o Bola de Ouro. No entanto, contra Vinicius Júnior, além da cor negra, pesou sua luta permanente e a denúncia contra o racismo, postura que a elite branca não suporta.
A respeito da decisão do Bola de Ouro o comentarista Milton Neves manifestou: “Não que o prêmio Fifa seja perfeito, mas o Bola de Ouro perdeu toda credibilidade que tinha ao permitir a tremenda sacanagem que foi a coroação do comum Rodri como ‘melhor do mundo’. Terá, daqui para frente, que repensar seu sistema de votação, que permite este tipo de injustiça”.
VOLTA POR CIMA
Ao receber o prêmio de melhor do mundo na solenidade do 'prêmio The Best 2024', realizado em Doha no Qatar, Vinicius desabafou:
“Tentaram e tentam me invalidar, me diminuir. Mas eles não estão preparados. Ninguém vai dizer por quem devo lutar, como devo me comportar. Quando eu estava em São Gonçalo, o sistema não ligava pra mim. Quase fui engolido”, exprimiu.
“Venci por mim, pela minha família. Com muito apoio pelo caminho: Flamengo, Real Madri, Seleção Brasileira, minhas centenas de companheiros nesses anos, as pessoas que me acompanharam, quem me admiram”, finalizou.
A tentativa é levar Vinicius Junior à desmoralização, mas sua postura afirmando que fará 10 vezes mais do que for preciso, e que não estão preparados para o que vem, mostra que não só continuará dando show em campo, mas que não arredará o pé da luta contra o racismo.
