As negociações sobre o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil mensais devem ser retomadas na próxima semana, segundo afirmou o deputado Arthur Lira (PP-AL), relator da proposta.
De acordo com Lira, os debates foram suspensos no fim de junho devido ao ambiente político conturbado provocado pela votação que derrubou o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). "Coincidiu com aquele momento de votação da matéria do IOF e o clima não me pareceu, e ao ministro Haddad [ministro da Fazenda, Fernando Haddad] também não, propício para liberar um texto", explicou o parlamentar durante participação no Fórum de Lisboa, de acordo com o Infomoney.
O deputado informou que houve avanços técnicos no projeto, com a colaboração da equipe econômica do governo. “Fizemos essa conversa com o governo, com o secretário Marcos Pinto [da Fazenda], praticamente finalizando a primeira boneca do texto, para que fosse colocada à disposição da Comissão, da sociedade e de todo mundo que pudesse criticar”, relatou.
Lira destacou que a expectativa é retomar as conversas após o retorno de diversas lideranças políticas que estiveram fora do país, incluindo ele próprio, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mesmo diante das dificuldades enfrentadas na articulação política, o deputado defendeu que há um entendimento consolidado em torno do mérito da proposta. “O texto tem uma unanimidade, que é a isenção dos R$ 5 mil para todos os brasileiros que recebem isso, uma justiça tributária”, afirmou.
O principal desafio, segundo ele, continua sendo a viabilidade fiscal da medida. “O texto tem dificuldades com relação à sua compensação. E nessa compensação é que a gente vai ter que ter muita grandeza de negociação e de diálogo”, pontuou. Lira encerrou sua fala fazendo um apelo por harmonia entre os Poderes. “É o momento de todo mundo dar um passo para trás, se conter, procurar uma saída”, disse, negando que o país viva uma fase de confronto entre Legislativo, Executivo e Judiciário.