O orçamento do Palmeiras de 2026, aprovado em reunião na última terça-feira, tem sua maior fonte de receitas decorrente de negociações de atletas. Da projeção de R$ 1,2 bilhão em arrecadação para o próximo ano, calcula-se R$ 399,6 milhões a partir de transferências. O número é semelhante ao dos últimos anos. Só que tanto em 2024 quanto em 2025, o Verdão fechou as saídas de Endrick e Estêvão, dois talentos da base badalados desde muito cedo pelo mercado europeu.
Para o início de 2026, o Palmeiras não tem jogadores neste mesmo estágio, mas fez o cálculo até mais modesto do que obteve em 2025. O clube deve fechar este ano com quase R$ 600 milhões em vendas, graças a transferências de nomes, além de Estêvão, como de Vitor Reis e Richard Ríos. Há, ainda, casos de jogadores que não estão mais na Academia de Futebol, mas o clube permanece com um percentual em negociações futuras. Foi o que aconteceu na venda de Kevin do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, para o Fulham, da Inglaterra, que gerou R$ 22,3 milhões ao Verdão.
Esta é uma possibilidade de receita para chegar aos quase R$ 400 milhões no próximo ano, também. Há jogadores valiosos no elenco, mas a decisão neste momento no Palmeiras é de não negociá-los agora. Allan é o nome da base mais em alta neste fim de 2025, mas seu contrato tem multa de 100 milhões de euros (R$ 647 milhões) para clubes do exterior. Isto dá ao Verdão a margem para negociar caso apareçam propostas.
Tanto Flaco López quanto Vitor Roque, artilheiros do Palmeiras na temporada com 25 e 20 gols, respectivamente, são nomes que chamam atenção do mercado europeu. Embora possíveis transferências dos atacantes possam trazer altas cifras, a ordem no clube é segurar os dois ao menos até a Copa do Mundo.
Ambos tiveram convocações recentes e podem disputar a competição de seleções no meio do ano.
Ajustes previstos podem ajudar Abel Ferreira anunciou que devem ocorrer saídas de jogadores que não deram certo.
Caso consiga vender atletas que terão menos oportunidades, o Palmeiras pode aumentar suas receitas com negociações e abrir espaços para novos jogadores. Micael, por exemplo, tem conversas para se transferir para o exterior – o modelo de negócio ainda está sendo debatido, se uma transferência definitiva, ou empréstimo com opção de compra.
Os argentinos Giay e Aníbal Moreno, além do uruguaio Emiliano Martínez, que terminaram a temporada em baixa, já foram citados como alvos de equipes de fora, também. Mesmo entre crias das categorias de base, o Palmeiras tem jogadores monitorados por europeus que não vão gerar propostas nos níveis de Endrick e Estêvão, mas são valorizados, como Benedetti, Luighi e Riquelme Fillipi.
O único valor que já é certo com vendas de atletas para 2026 é pela saída de Amanda Gutierres para o Boston Legacy, dos Estados Unidos.
A transação é a maior da história do futebol feminino no Brasil: US$ 1,1 milhão (cerca de R$ 5,89 milhões na cotação da época).


