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Política Domingo, 25 de Maio de 2025, 08:44 - A | A

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“Os juros no Brasil consomem 30% do orçamento público”, diz Bresser-Pereira

Para Bresser-Pereira, estrutura fiscal brasileira é comprometida por juros altos que perpetuam o subdesenvolvimento do país

Da Redação

Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira alertou que o peso dos juros sobre o orçamento público brasileiro compromete severamente a capacidade de investimento do Estado em áreas sociais e infraestrutura. Segundo ele, o custo da dívida pública no país alcança uma proporção insustentável, refletindo um “círculo vicioso do subdesenvolvimento” do qual o Brasil não consegue escapar.

“O juro representa 10% do PIB hoje. E se representa 10% do PIB, ele representa 30% do orçamento brasileiro. Quer dizer, o orçamento total do Estado — União, estados e municípios”, afirmou. Para efeito de comparação, o ex-ministro observou que o gasto com áreas essenciais, como saúde e educação, é significativamente inferior. “Quanto é que nós gastamos em saúde ou em educação? Muito menos”, disse.

BANCO CENTRAL ATUA A SERVIÇO DOS BANCOS, CONTRA OS INTERESSES MAIORES DO PAÍS

Reprodução

Gabriel Galípolo, atual presidente do Banco Central, atua a serviço da política lesa-Pátria em favor dos bancos e abutres do capital financeiro

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Bresser-Pereira destacou que esse cenário já está consolidado há anos, com variações marginais na taxa de juros, mas sem mudanças estruturais. “Essa situação de juros absolutamente altos existe há muito tempo, não há novidade. Agora aumentou um pouco, às vezes diminui um pouco, mas o juro é um absurdo.”

O economista defendeu que os juros elevados ocupam um papel central na perpetuação do subdesenvolvimento brasileiro. “Nós vivemos numa situação rigorosamente absurda. É um círculo vicioso da pobreza, um círculo vicioso do subdesenvolvimento, que eu prefiro falar, e que os juros estão no centro”, argumentou.

Segundo ele, essa engrenagem do subdesenvolvimento também afeta diretamente os planos do governo Lula. Questionado sobre o impacto da política monetária restritiva na capacidade de investimento público em ano pré-eleitoral, Bresser-Pereira foi enfático: “Isso está normalmente, há muito tempo comprometido.”

Apesar das dificuldades, o ex-ministro reiterou que o problema não pode ser resolvido apenas com vontade política, dada a rigidez estrutural do sistema de juros brasileiro. “Não é só o poder dos financistas, mas é também o hábito dos brasileiros, que estão acostumados a isso e não se incomodam com isso”, observou.

A ausência de uma mobilização social mais ampla dificulta, segundo ele, a adoção de medidas mais drásticas por parte do Executivo. “Para que o presidente Lula conseguisse forçar o Galípolo a baixar os juros, ele teria que estar atrás dele a população gritando por isso. Mas a população não grita por isso e grita se a inflação fica alta.”

Bresser-Pereira concluiu sua análise com um diagnóstico mais amplo: o Brasil carece de um consenso nacional sobre desenvolvimento. “Estamos muito dispersos, desorganizados como sociedade, como nação. Nação é uma sociedade que tem um objetivo. E então fica muito difícil ter um projeto nacional.”

Fonte: Brasil 247 – com edição de Adalberto Ferreira

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