O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou na última quarta-feira (21/5) que pretende disputar as eleições presidenciais de 2026. Ele também declarou que Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) tentará a reeleição como governador de São Paulo.
“Nós dois seremos candidatos. Ele [Tarcísio] vem para a reeleição e eu para a presidência”, disse, em vídeo publicado nas redes sociais.
A Resolução aprovada pela Câmara dos Deputados na busca por anular a condenação do TSE, caiu por terra na ação rápida da Primeira Turma do STF, que julgou a ilegalidade. O Projeto de Lei da Anistia aos envolvidos no processo por tentativa de Golpe de Estado de 8/1, protocolado na Câmara dos Deputados, caminha para um acordo restringindo o alcance dos benefícios legais da medida, de modo a excluir Bolsonaro.
Pelo desdobramento dos acontecimentos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve estar consciente de que é zero a possibilidade dele disputar a eleição presidencial no próximo ano. Primeiro, porque se encontra inelegível até 2030 em vista da condenação imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, no processo que responde junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) o desfecho aponta para sua condenação, desfecho que o alijará de vez do páreo.
Isso posto, o gesto que poderia transparecer mais uma peculiar prática negacionista de Bolsonaro, ao não reconhecer que se encontra fora da disputa presidencial, corresponde a um recado para Tarcísio de Freitas (Republicanos), de que não deseja apoiá-lo para presidente da República, uma vez que a esta altura não restam dúvidas de que ele tem conhecimento que sua candidatura, por questões mais do que óbvias, está inviabilizada.
Prova conclusiva do quanto prevalece uma resistência à candidatura de Tarcísio de Freitas nos hostes do bolosonarismo é a irritação com o tom nacional do discurso do governador no ato de filiação do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Gulherme Derrite, ao PP, na noite de 22/5 (5ª feira).
Segundo informou a Folha de São Paulo, chamou a atenção a ausência de parlamentares bolsonaristas na cerimônia, realizada em uma casa noturna da Vila Olímpia, zona sul de São Paulo. Conforme apurou a Folha, o boicote foi deliberado, motivado pela expectativa de que o evento servisse como palanque para Tarcísio. Parte da bancada bolsonarista nem chegou a ser convidada, após sinalizações de que desaprovaria o tom político da celebração.
CANDIDATO DE BOLSONARO SERÁ MICHELLE OU O FILHO EDUARDO
Um aliado próximo de Bolsonaro afirma que o ex-presidente não decidiu quem será seu indicado devido sua inelegibilidade, mas a aposta é que será ou Eduardo ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Apesar de todo o suporte que já tem na centro-direita, Tarcísio não tem o apoio do padrinho para a Presidência, segundo o aliado, e como publicou Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, em rede social: “eleição é ‘voto’ e que os votos estão com o ex-presidente”.