Existe a possibilidade de o bolsonarismo conquistar a maioria das cadeiras no Senado nas eleições de 2026 e, principalmente, alcançar o número necessário para iniciar processos de impeachment de ministros do STF?
Para ter a maioria (41 cadeiras), o bolsonarismo precisaria repetir o desempenho de 2022. No entanto, para atingir o número necessário para impeachment de ministros do STF (54 cadeiras), o grupo precisaria de uma vitória "avassaladora e sem precedentes", conquistando 39 novas vagas, o que representa uma "taxa de sucesso" de mais de 70%.
Controlar o Senado é um objetivo tanto de Jair Bolsonaro e seus aliados quanto de Lula e seus aliados, que buscam evitar a vitória da oposição. O mandato de senador é de oito anos, diferente dos demais cargos eletivos, e em 2022, 27 das 81 cadeiras foram renovadas. Os aliados de Bolsonaro tiveram um desempenho forte, conquistando 56% das cadeiras em disputa, o que resultou na eleição de nomes como Damares Alves, Marcos Pontes, Rogério Marinho, Jorge Seif, Sergio Moro e Hamilton Mourão.
Apesar do bom desempenho anterior, o cenário para 2026 é mais desafiador. A conquista das 54 cadeiras exigiria eleger senadores em todas as 27 unidades da federação, sendo que em 12 delas seria preciso conquistar as duas vagas em disputa. A análise regional mostra que, embora seja possível em alguns estados (como Santa Catarina), em outros, especialmente no Norte e Nordeste, é altamente improvável uma dupla vitória bolsonarista, e em muitos, nem mesmo uma única vaga seria conquistada.
Mesmo em estados favoráveis a Bolsonaro, como Goiás, há fortes candidatos não alinhados ao bolsonarismo. Em Minas Gerais e São Paulo, o bolsonarismo ainda não tem nomes definidos ou busca chapas "puro-sangue". Mesmo que bolsonaristas conquistem as duas vagas em alguns locais, pode haver "defecções" no projeto de destituir ministros do STF. O exemplo citado é o do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que, apesar da proximidade com Bolsonaro, não apoiaria movimentos pró-impeachment de ministros do STF.
Em resumo, enquanto a maioria simples no Senado em 2026 é um objetivo factível para o bolsonarismo repetir o desempenho de 2022, a meta de destituir ministros do STF é considerada um desafio "sem precedentes", exigindo um desempenho eleitoral que as análises atuais consideram improvável em várias regiões do país.
Fonte FolhaPress
Edição de Leonam Otten – Agenda MT