Com efeito devastador as investigações da Polícia Federal (PF), trazem fortes indícios da prática de crimes de corrupção ativa e passiva, uso de documentos falsos, fraudes processuais, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, descobertas que implicaram no afastamento de 16 desembargadores, sete juízes, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica por magistrados, em diversos estados brasileiros.
As provas levantadas pela PF envolvem magistrados dos tribunais de justiça de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Goiás, sinal de que a corrupção se alastrou no Judiciário.
MATO GROSSO
Em Mato Grosso, inicialmente o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento dos desembargadores do TJ-MT, Sebastião Moraes, João Ferreira e do juiz Ivan Amarante da Comarca de Vila Rica, todos sob suspeita de envolvimento em crimes de vendas de sentenças, com base nas mensagens, áudios e gravações de telefonemas colhidos do celular do advogado lobista, Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023. Inclusive, a partir das provas armazenadas no telefone de Zampier, a Polícia Federal também descobriu a conexão compondo uma rede criminosa com a participação de servidores do STJ, que foram corrompidos para produzir minutas de votos de quatro ministros do tribunal, e depois as decisões prontas serem vendidas à clientes.
BARRAS DE OURO
Conforme publicou o portal de notícias da “Folha de São Paulo”, a troca de mensagens entre o desembargador Sebastião Moraes Filho e o advogado assassinado Roberto Zampieri, levantam suspeitas de que teriam existidos pagamentos ao magistrado e aos seus familiares em troca de decisões judiciais. No celular de Zampieri a Policia Civil de Mato Grosso detectou indícios de que o desembargador Sebastião de Moraes Filho ganhou duas barras de ouro de 400 gramas, e sua sobrinha teria recebido R$ 10 mil do advogado assassinado, conforme divulgou a Folha de São Paulo. Nesta última terça-feira (26/11) o cerco das investigações fechou em cima dos desembargadores do TJ-MT, Sebastião Moraes e João Ferreira. O ministro Cristiano Zanin (STF), determinou buscas e apreensões nas casas de ambos e a prisão do lobista Andreson Gonçalves, comparsa de Roberto Zampieri, considerado peça central nas orquestrações de vendas de sentenças, numa ofensiva buscando colher novas provas, que sirvam para embasar o inquérito e o julgamento dos crimes de vendas de sentenças e demais delitos entre os quais os magistrados são suspeitos.