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Política Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2024, 20:44 - A | A

Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2024, 20h:44 - A | A

Juro alto para favorecer bancos e especuladores

Juro alto causa escassez de dinheiro e gera crise que prejudica os assalariados e as empresas

Adalberto Ferreira

Afetados pela avassaladora avalanche de informações distorcidas veiculadas pela Grande Mídia, a maior parte dos cidadãos consideram que o aumento da Taxa Básica de Juro (Selic) nada tem a ver com suas vidas. Mas o juro alto suga os recursos para a especulação financeira, e por causa disso ocorre a falta de dinheiro na economia, impondo queda nas vendas do comércio, retração nos serviços, redução da venda das indústrias e impactos negativos sobre os negócios em geral, efeitos que influenciam diretamente para a quebradeira das empresas, arrocho salarial e aumento da informalidade, que na verdade trata-se de desemprego disfarçado.

Estranguladas pela escassa circulação de dinheiro na economia e conseqüente queda no consumo e serviços, 80% das micro e pequenas empresas não chegam a completar o primeiro ano, ao passo que dos 20% que consegue a proeza de sobreviver, 60% fecha antes dos cinco anos, conforme aponta o IBGE. Nessa circunstância, a opção que resta para muitos é trabalhar como assalariado, sendo obrigados a enfrentar a concorrência no mercado de trabalho recebendo salários irrisórios. Basta observar que a renda média dos brasileiros em 2024 oscilou em torno de R$ 3.137,00, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

Em conseqüência dos baixos salários e renda arrochada, a maioria não dispõe de condições para adquirir bens cujos preços são mais elevados, sendo obrigada a recorrer a financiamentos bancários, como ocorre nos casos da compra de um imóvel e veículo, e acabam sendo exploradas com juros abusivos.

Na hipótese do financiamento de um imóvel o devedor pagará o equivalente a dois imóveis e meio para quitar a transação, levando uma vida inteira para pagar: 35 anos, em média, conforme demonstra tabela abaixo:

Tabela

Na compra de veículos a espoliação se repete. Um veículo Mobi Like 1.0 Fiat, categoria carro popular, com preço entre os mais acessíveis do mercado, à vista custa R$ 58.990,00. Financiado sem entrada, e parcelado em 48 parcelas de R$ 1.759,00, custa R$ 84.424,00, ou seja, R$ 25.434,00 a mais, pagos de juro, o que representa algo em torno de nove salários médios de R$ 3.137,00, assim sendo próximo de um ano de trabalho para pagar apenas os juros. Por um Fiat Strada, carro mais vendido em 2023, com entrada de R$ 3.835,45 e financiamento em 60 parcelas no mesmo valor, o comprador paga um total de R$ 230.127,00, assim sendo 94.137,00 de juro.

JURO CARTÃO DE CRÉDITO

As compras utilizando cartões de créditos também são sobretaxadas com juros estratosféricos, ao ponto do governo ter sido obrigado a adotar medida estabelecendo teto de 100% para que as dívidas do cartão de crédito sejam quitadas, pois os bancos chegavam a cobrar 450% nos juros rotativos.

A insana taxa de juros no rotativo do cartão de crédito foi responsável por inserir milhões de brasileiros na lista do SPC/Serasa. Tendo baixa renda e sem acesso às compras parceladas por causa do nome “sujo”, milhões perderam acesso ao consumo acarretando drásticas consequências para a economia, em particular para o comércio varejista e prestadores de serviços.

A situação de inadimplência avassaladora, que enfraquece o consumo e a economia, obrigou o Governo Federal a implantar o “Programa Desenrola Brasil”, que permite a renegociação de dívidas de pessoas físicas inadimplentes para que recuperem a capacidade de crédito, de maneiras a reintroduzi-las na economia.  Mas, ainda assim, em outubro o número de pessoas que não quitaram seus compromissos subiu atingindo 73,4 milhões de brasileiros, apontam dados do Serasa.

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