Em meio à cúpula do BRICS que acontece no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a tensionar o cenário internacional ao ameaçar impor uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que, segundo ele, se alinhe às "políticas antiamericanas" do bloco. As declarações de Trump foram feitas poucas horas após a abertura oficial do encontro dos líderes dos BRICS, neste último domingo (6/7), e divulgadas em sua conta no Truth Social.
"Qualquer país que se aliar às políticas antiamericanas dos BRICS pagará uma tarifa ADICIONAL de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção!", escreveu o presidente norte-americano, sem detalhar quais seriam essas políticas ou quais nações estariam na mira das sanções.
Em comunicado conjunto divulgado no primeiro dia da cúpula, os BRICS alertaram que o aumento de tarifas unilaterais ameaça o comércio global e agrava a fragmentação econômica no mundo. Embora sem citar diretamente Trump ou os Estados Unidos, o texto deixa clara a insatisfação do bloco com as medidas protecionistas e o unilateralismo promovido por Washington.
A cúpula do BRICS deste ano acontece em um momento de significativa expansão do grupo. Além dos membros fundadores — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, o bloco agora inclui Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos. A Arábia Saudita adiou sua adesão formal, mas pelo menos outras 30 nações manifestaram interesse em integrar o BRICS, seja como membros plenos ou parceiros estratégicos.
"O BRICS é o herdeiro do Movimento dos Países Não Alinhados", afirmou Lula diante dos líderes. "Com o multilateralismo sob ataque, nossa autonomia está novamente em xeque, afirmou"
O líder brasileiro também alertou para os riscos do crescente protecionismo global e ressaltou a força econômica e demográfica do bloco, que hoje representa mais da metade da população mundial e cerca de 40% do Produto Interno Bruto global.