Em reunião do Conselho Deliberativo realizada na Gávea na noite desta segunda-feira, o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, apresentou números que afirmaram o Maracanã como superavitário e exaltaram sua gestão. Já o tema sobre o estádio próprio do rubro-negro foi pouco citado e ficou mais reservado às entrelinhas.
Pessoas presentes no encontro relataram ao GLOBO que o Conselho Diretor deu a entender que o Maracanã e o projeto do futuro poderão coexistir. Inclusive, o bom crescimento dos resultados financeiros de um facilitarão a obra do outro. Do contrário, sem lucro, ela se tornaria inviável.
Ao mesmo tempo, os conselheiros acham difícil que a nova arena no terreno do Gasômetro, adquirido pelo Flamengo no ano passado, esteja pronta ao fim da gestão de Bap, até por não ser uma prioridade.
CLIMA PACÍFICO
A apresentação do presidente reforçou que o Maracanã vem dando mais lucro neste ano, mas sem necessariamente criticar a gestão anterior, de Rodolfo Landim. A impressão deixada é de uma sequência natural de boas práticas de administração.
O novo estádio só foi citado nominalmente na reta final da reunião, quando Bap reforçou que o projeto só será feito se não houver comprometimento do caixa destinado aos investimentos no futebol. Também rechaçou de ideia de transformar o Flamengo em uma SAF para receber mais aportes.
Maracanã — Foto: Marcelo Theobald Grande parte da reunião não teve espaço para intervenção dos conselheiros, com perguntas apenas no final, mas o clima foi pacífico. Além de Bap, também falaram nomes importantes da gestão, como o diretor-geral Paulo Dutra.
Marcos Motta, vice-presidente de administração esteve presente na Gávea, assim como nomes da gestão anterior, como Reinaldo Belotti, Diogo Lemos e Marcos Bodin.
MEDIDAS À VISTA NO MARACANÃ
Alguns pontos que chamaram atenção dos conselheiros foram relacionados à medidas pensadas para aumentar a lucratividade do Maracanã. Uma delas é instalar redes de proteção que separarão o setor visitante do restante da torcida da casa.
Segundo Bap, o estádio pode aumentar seu faturamento em bilheteria, já que, em muitos jogos de maior rivalidade, é necessário fechar uma parte do anel inferior para evitar conflitos entre torcedores. A capacidade nestes casos aumentaria em até 5 mil pessoas.
Também foi levantada a possibilidade de retirar cadeiras no setor Norte, um dos mais populares do Maracanã, para aumentar ainda mais a capacidade. Com cerca de 78 mil lugares, hoje em dia o estádio não costuma receber públicos superiores a 70 mil.