O Sebrae fechou com a equipe econômica um conjunto de medidas para proteger micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais (MEI), prejudicados pelo tarifaço do presidente americano Donald Trump sobre produtos brasileiros. A taxa de 50% começou ontem (quarta-feira, 6/8).
Estão no pacote linhas de crédito com juros subsidiados, oferta de garantia para quem não tiver ativos a oferecer aos bancos e até dinheiro a fundo perdido, segundo o presidente do Sebrae, Décio Lima.
R$ 30 BILHÕES EM EMPRÉSTIMOS
Ele disse que o plano prevê a utilização do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), administrado pelo Sebrae e que tem em carteira R$ 2 bilhões. Esta verba é suficiente para garantir um volume de até R$ 30 bilhões em empréstimos, disse Lima, e poderá utilizada para enfrentar qualquer adversidade decorrente do tarifaço.
Além do Fampe, o governo pretende recorrer ao Fundo de Garantia de Operações (FGO), administrado pelo Banco do Brasil. Os dois fundos foram utilizados durante a pandemia para socorrer as empresas. Um dos principais problemas das pequenas empresas é a falta de garantia.
“Estamos preparados para enfrentar qualquer adversidade. O objetivo é evitar que o tarifaço cause a falência de cadeias produtivas nacionais” disse Lima, acrescentando: “Nós não vamos bater na casa do empreendedor. Ele é que tem que nos procurar para obter o crédito, de forma assistida”.
PROTEÇÃO ÀS EMPRESAS QUE FATURAM ATÉ 4,8 MILHÕES
O Sebrae também pretende recorrer ao acordo de cooperação técnica com a Apex, órgão responsável pela abertura de novos mercados e promoção dos produtos brasileiros no exterior.
Segundo o Sebrae, 3,6 mil micro e pequenas empresas exportam para os Estados Unidos. Entre os setores que mais preocupam estão mel, pescados e frutas. O tarifaço também afetará os setores de calçados e têxteis.
Estão sob o guarda-chuva do Sebrae empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano e microempreendedores, até R$ 81 mil por ano.