Na foto, uma menina pequena, de olhos atentos e expressão compenetrada, encara algo fora da câmera. Rosto pintado, estilo anos 70, carinha de quem acabou de aprontar alguma, mas jura inocência. O tempo passou, o blush de tinta saiu, mas a seriedade no olhar ficou. Hoje, ela encara diariamente milhões de brasileiros com a mesma intensidade, só que com muito mais luz, câmera e responsabilidade.
Essa sapeca da imagem superou a timidez da infância, quando ficava com as bochechas vermelhas (de verdade) só de pensar em fazer uma pergunta na escola. “Eu tentava disfarçar. As bochechas, no entanto, ficavam vermelhas e quentes. Aí que todo mundo percebia minha vergonha”, relembrou em entrevista à revista Claudia, em 2016.
Mal sabia ela que um dia faria perguntas diante de presidentes, ministros e em plantões históricos. A menina da foto cresceu e virou Renata Vasconcellos, uma das jornalistas mais respeitadas em premiadas do país.
DE ESTAGIÁRIA E FIGURANTE À VOZ DA INFORMAÇÃO
Formada em Publicidade e Jornalismo pela PUC-Rio, Renata começou sua trajetória fazendo figuração em novelas da Globo e campanhas publicitárias, incluindo para uma famosa marca de refrigerantes. Em 1996, foi aprovada para integrar a equipe pioneira da GloboNews e, desde então, não saiu mais da telinha.
Ancorou coberturas marcantes como a visita do Papa João Paulo II ao Brasil, a morte da princesa Diana e até a libertação da residência do embaixador japonês no Peru. Também fez reportagens especiais, apresentou o "Jornal Hoje", o "Bom Dia Brasil" e, em 2013, assumiu o comando do "Fantástico".
'SOU MUITO SENSÍVEL': ADMITE A ÂNCORA DO JN
Desde novembro de 2014, Renata divide a bancada do Jornal Nacional com William Bonner. Uma das partes mais difíceis do trabalho, ela contou à Claudia, é manter a compostura diante das notícias mais emocionantes. “Sou muito sensível e, às vezes, tenho que me segurar para não deixar transparecer a emoção”, disse.
A timidez de infância ainda deixa rastros. Na mesma entrevista, ela relembrou como era dar os primeiros passos na comunicação: “Sofria na hora de fazer uma pergunta na escola. Morria de vergonha. O coração acelerava. Às vezes, nem fazia". Irônico pensar que hoje ela é quem faz as perguntas que o Brasil inteiro quer ouvir.
DA INFÂNCIA RESERVADA À MULHER PÚBLICA QUE INSPIRA
Carioca, nascida em 10 de junho de 1972, Renata é filha de um engenheiro e de uma advogada, irmã gêmea da estilista Lanza Mazza e mãe de dois filhos. Foi casada com Haroldo Mac Dowell e, desde 2014, é casada com Miguel Atayde, diretor de jornalismo da Globo-RJ.
Ela venceu o Prêmio Comunique-se três vezes como melhor âncora de TV, mas parece alheia aos próprios troféus. Sua maior marca talvez seja justamente essa: passar confiança sem esforço, com a mesma naturalidade com que, décadas atrás, vestia fantasias e pintava o rosto!