O empresário Mario Bernardini, membro do Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou que ninguém mais fala de um projeto de Brasil, de um plano de longo prazo, de um país de futuro.
“Por varejo, por questões de ‘as contas não fecham’, ‘a inflação subiu de 4 para 4,5’”. “Faz quarenta anos que nós fazemos isso. E deixamos de ter um projeto para esse país”, alertou. Para Bernardini, “o Brasil tem que voltar a crescer”. “Não adianta falar em ‘neoindustrialização’.
O projeto tem que dizer que nós vamos dobrar a renda per capita em dez anos. Que nós vamos reduzir a mortalidade infantil, que nós vamos melhorar os indicadores de educação”, ressaltou o empresário.
“Se o Brasil tivesse crescido, não igual à China, mas igual à média mundial nos últimos quarenta anos, em vez de crescer o que cresceu, nosso PIB de hoje seria o dobro ou um pouco mais do dobro do que é atualmente. Vocês sabem o que isso significa? Que a renda per capta seria vinte mil dólares, que a arrecadação seria o dobro, e que a dívida pública seria a metade”, destacou Bernardini.
“Nós temos que oferecer nesse projeto aquilo que a sociedade espera e não o que nós queremos. E o que ela espera só pode ser conseguido com crescimento. E como quase todo mundo sabe, crescimento depende de investimento. Não se cresce sem investir”. E enfatizou: “se nós não eliminarmos as distorções que privilegiam o investimento financeiro, em detrimento de investimento produtivo, nós não vamos levar o capital que existe para onde queremos”.