São do conhecimento público as divergências insanáveis entre o governador e a deputada Janaína Riva. Desavenças intensificadas desde a eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa, quando o Palácio Paiaguás entrou em cena no bastidor político e barrou a deputada emedebista de assumir a primeira secretaria, certamente para enfraquecer sua candidatura ao Senado exercendo um cargo que administra duodécimo de cerca de R$ 700 milhões por ano, o que fortaleceria seu projeto eleitoral disputando vaga ao Senado com Mauro Mendes.
Na mesma linha de boicote para minar a candidatura da deputada, que desponta com potencial para se eleger nas pesquisas, o Governo do Estado retém as emendas no valor total de R$ 27 milhões aos quais a deputada tem direito, provocando ira em Janaína Riva, que em razão da indignação fez inflamado pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, trazendo ao conhecimento público denúncias comprometedoras que abalam o prestígio do governador Mauro Mendes junto à opinião pública.
Dessa forma, o clima da convivência no âmbito político estadual é de hostilidade entre ambas as lideranças políticas, o que impede de abrigar no mesmo palanque, Mauro Mendes (União Brasil) e Janaína Riva (MDB).
Afora os obstáculos para unir Mauro Mendes e Janaína Riva no mesmo palanque, a imprensa nacional divulgou rodada de negociação entre o MDB e Republicanos aproveitando presenças de dirigentes de ambos os partidos no Fórum Jurídico em Lisboa. A negociação ocorreu durante um almoço em homenagem ao ex-presidente Michel Temer, e foi discutida a possibilidade de uma federação entre os dois partidos para a eleição de 2026.
Foto Montage/Reprodução

Deputado José Medeiros (PL), governador Mauro Mendes (União Brasil), ou a esposa Virgínia Mendes, e Otaviano Pivetta vice-governador, devem compor chapa majoritária do bloco governista
A lei das federações partidárias impõe a obrigatoriedade dos partidos seguirem nos estados as diretrizes firmadas em âmbito nacional. Em Mato Grosso a composição da federação esbarraria num conflito de interesse incontornável, uma vez que o vice governador, Otaviano Pivetta, pertencente ao Republicanos, fez acordo político de apoiar Mauro Mendes ao Senado, em troca da sustentação à sua candidatura ao governo.
Considerando o cenário complicado, em que são nulas as possiblidades de um acordo político entre Janaína Riva e Mauro Mendes, no emaranhado de contradições e conflitos de interesses, o cenário aponta como o mais provável a consolidação de um provável acordo do bloco governista em torno da candidatura de Otaviano Pivetta ao governo, Mauro Mendes, ou a esposa Virgínia Mendes, e José Medeiros ao Senado, hipótese em que corre por fora, isolado, no vácuo político, o nome de Janaína Riva.
No entanto, no cenário nacional desponta outra hipótese, que seria o lançamento de uma chapa presidencial com Tarcísio de Freitas à presidente e Michelle Bolsonaro vice. Nesse caso, estaria inviabilizado o acordo para formar a federação MDB-Republicanos, pois lideranças do MDB informaram que os emedebista indicaram que a condição para a união consiste na indicação de um vice do MDB na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa à presidência da República.
Em vista de uma possível composição de chapa unindo Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro na disputa presidencial, o MDB estaria sendo empurrado a apoiar Lula, considerando que atualmente o partido mantém as participações de Renan Filho e Simone Tebet ocupando ministérios no governo.
Nesse contexto, a hipótese do apoio do MDB à reeleição do Lula abriria espaço político para acomodar uma candidatura majoritária de Janaína Riva, na qual seria possível ocupar espaço numa composição eleitoralmente competitiva, que, além disso, se encaixaria no discurso e posições políticas contrárias da deputada ao governo de Mauro Mendes.