“O modelo energético poderia ser plataforma pela qual dinamizaríamos a economia e resolveríamos as nossas mazelas sociais, mas ele foi metamorfoseado desde a década de 1990”, lamentou o engenheiro Ildo Sauer, ex-diretor da área de negócios e Gás e Energia da Petrobras.
“A crise que vivemos permanentemente no setor elétrico não é uma crise de falta de recursos humanos ou de recursos naturais – temos potencial eólico, solar fotovoltaico e hidráulico remanescente para suprir mais do que três vezes a demanda de energia prevista", afirmou Sauer.
O problema, adverte, consiste na transformação do setor energético numa "plataforma de transferência de excedente econômico [lucro]". Ele explica: "Nós chegamos a esse ponto de crise por causa da conjunção de interesses: contratamos as usinas erradas, operadas de maneira desesperada entre 2010 e 2015, impondo um custo elevado".
Concluindo: o problema maior reside no modelo voltado para o lucro excessivo, a falta de planejamento estratégico para eliminar a crise energética, contexto social e econômico que as bandeiras apenas oneram o custo de vida, gerando pesado fardo para o consumidor, famílias e empresas.