De acordo com informações divulgadas pela polícia da Itália e repassadas às autoridades brasileiras, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi localizada na região de Vêneto, no norte do país europeu, destaca a jornalista Mirelle Pinheiro, do Metrópoles. Zambelli, que também possui cidadania italiana, encontra-se foragida da Justiça brasileira após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar está licenciada do mandato.
A polícia italiana já iniciou operações de busca na área mencionada com o objetivo de localizar a deputada. Ela foi sentenciada a dez anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de multa, por crimes de invasão qualificada de sistema informatizado e falsidade ideológica. As acusações envolvem a inserção de documentos falsificados nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na decisão que resultou na decretação da prisão preventiva, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ressaltou que Zambelli deixou o território nacional para escapar da aplicação da pena imposta. Ele também apontou o risco concreto de reincidência criminal, destacando que, mesmo após a condenação, a deputada continuou a divulgar desinformação sobre o sistema eleitoral e a atacar as instituições democráticas. "A ré se evadiu do território nacional com a finalidade de se furtar à aplicação da lei penal", pontuou Moraes.
Na quinta-feira (12/6), em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews, o embaixador brasileiro em Roma, Renato Mosca, disse que a inclusão do nome da parlamentar na difusão vermelha da Interpol já foi aceita pela Justiça italiana, o que permite sua prisão imediata em território não considerado inviolável, como ruas ou locais públicos. "É evidente que há uma mobilização para deter a deputada porque ela está na lista de difusão vermelha da Interpol. As autoridades judiciais italianas acataram o pedido e, hoje [ontem], ela poderá ser presa a qualquer momento", afirmou.
Zambelli foi condenada juntamente com o hacker Walter Delgatti Neto, que recebeu pena de oito anos e três meses de reclusão. Ambos foram considerados culpados pela prática de 13 crimes de invasão qualificada de sistemas e 16 de falsidade ideológica. Entre os documentos fraudulentos inseridos no sistema, estavam mandados de prisão e alvarás de soltura forjados, inclusive um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.