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Política Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024, 10:53 - A | A

Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024, 10h:53 - A | A

Taxa de juro do BC é roubo institucionalizado

Taxa de juro do BC é roubo institucionalizado, que impõe crise e atrasa o desenvolvimento

Adalberto Ferreira

A Taxa Básica de Juro (Selic) manipulada através do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), para favorecer os bancos, especuladores e magnatas da Farias Lima, causa rombo nos cofres públicos em conseqüência do aumento da dívida do País, e se constitui na principal causa da economia não deslanchar, devido o impacto negativo responsável pela quebradeira e redução do lucro das empresas e negócios, além de inviabilizar a melhoria dos salários e engessar a renda da classe média.

No acumulado de 12 meses, até setembro deste ano, o setor público gastou R$ 819,7 bilhões com o pagamento de juros, segundo relatório de “Estatísticas Fiscais” do Banco Central. Como se não bastasse, na reunião encerrada na quarta-feira (11/12) o Copom decidiu aumentar a pilhagem aos recursos públicos, elevando a Taxa de Juro Básica – Selic – de 11,25% para 12,25% ao ano.

Com o aumento, segundo levantamento compilado pelo MoneyYou, os juros reais do Brasil ficaram em 9,48% ao ano, atrás apenas da Turquia com taxa real de 13,33%. Em consequência da segunda mais alta taxa de juro real do mundo, o dinheiro dos impostos pagos por quem trabalha e produz as riquezas do País, é desviado para os cofres da Farias Lima (leia-se banqueiros e agiotas do capital financeiro). Recursos que deveriam ser destinados em forma de investimentos públicos para melhoria da área da saúde, educação, construção de moradias, obras de saneamento básico e obras estruturantes, assim como para financiar as indústrias, empresas, enfim, estruturar o desenvolvimento econômico e social do País.

Somando os recursos dos programas Bolsa Família, Nova Indústria Brasil, PAC, áreas da Saúde e Educação, o governo aplicará do orçamento deste ano um total de R$ 928,2 bilhões, assim sendo, um montante semelhante aos R$ 819,7 bilhões de juros da dívida pública. A Selic estava congelada, mas na reunião de setembro subiu 0,25%, em novembro 0,5% e na última aumentou 1%. Portanto, a Selic sofreu elevação de 1,75% nas três últimas reuniões do Copom, sendo que cada 1% de acréscimo representa R$ 40 bilhões, de modo que o Copom ter aumentado a Selic nas três últimas reuniões, significa R$ 70 bilhões de acréscimo da dívida pública.

 FARSA DO COMBATE À INFLAÇÃO

Mas na tentativa de justificar a sangria devido ao desvio de recursos públicos para os cofres dos magnatas da capital financeiro da Farias Lima, o BC propaga a farsa de que o aumento da taxa Selic tem como objetivos combater a inflação e controlar a dívida pública para manter o “equilíbrio fiscal”. Aproveitando a onda de desinformação provocada pelas distorções da grande mídia, o mercado financeiro pressiona por mais aumentos do juro para aprofundar a espoliação e extorquir o máximo que puder os cofres públicos, usando o Banco Central como instrumento sob o pretexto de controlar a inflação.

 A realidade, porém, desmascara a farsa de que o aumento da taxa básica de juro (Selic) visa controlar a inflação, uma vez que de acordo com a projeção do Conselho Monetário Nacional (CMN) até o final do ano a inflação deve ficar em 4,5%. A meta de inflação para 2024 fixada pelo CMN é de 3%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e o intervalo de tolerância é de 1,5% para cima ou para baixo. Ou seja, uma inflação de 4,5% significa o cumprimento da meta, logo dentro do projetado, o que desmascara a farsa de que o aumento da taxa básica de juro (Selic) visa evitar o aumento da inflação.

Já em relação ao crescimento elevado da dívida pública o economista Luis Oreiro da UNB cita que 77% corresponde a juro e apenas 23% a divida conjunta reunindo os municípios, estados, a União e estatais. O economista André Lara Resende, um dos formuladores do Plano Real, calculou que abatendo as reservas cambiais e reservas acumuladas no BC a dívida líquida se reduz à 45% do PIB, sendo que na época em que fez o calculo a dívida bruta estava em 75% do PIB.

Dados relativos a agosto deste ano demonstram que a divida pública bruta do Brasil é de 78,5% do PIB, muito abaixo das economias mais desenvolvidas e menor do que a dos países emergentes. As dividas de tais países em relação ao PIB são muito superiores comparadas ao Brasil, prova cabal de que o tal “equilíbrio fiscal” e exigência de um déficit zero para controlar o crescimento da dívida é um engodo, conforme demonstram os dados a seguir:

Dados

Tabela

Tabela

É a pilhagem institucionalizada por um BC que atua como testa de ferro dos magnatas do capital financeiro, alavancado pela grande mídia. A conseqüência é o sucateamento da saúde e ensino público, além da perpetuação de problemas que se acumulam há décadas a espera de solução, muitos necessitando de atenção com urgência.

O Brasil e os brasileiros pagam alto preço pela rapinagem, sendo que as empresas em geral sobrevivem às duras penas, por causa da crise. Entre os trabalhadores, uma grande parte recebe salários de fome e outra sobrevive de bicos”, subsistindo sem nenhuma perspectiva futura de galgar vida digna, a prevalecer a espoliação aos cofres públicos e afronta aos direitos dos cidadãos.

Servil aos interesses da especulação financeira, a grande mídia nunca divulga os dados reais acerca da sangria nos cofres públicos, e distorce a realidade para favorecer os interesses dos bancos e magnatas da Farias Lima.

 

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