A aparição de um pequeno sensor no braço da atriz Gwyneth Paltrow em um vídeo nas redes sociais chamou a atenção de seguidores e levantou uma pergunta: para que serve esse dispositivo? Trata-se do Monitor Contínuo de Glicose (MCG), uma tecnologia cada vez mais utilizada no acompanhamento do diabetes, que permite o monitoramento em tempo real dos níveis de glicose no sangue.
Mas, afinal, como funciona esse aparelho, quem deve usá-lo e quais são suas vantagens e limitações? Conversamos com o médico Ruy Lyra da Silva Filho, coordenador do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), para explicar tudo o que você precisa saber sobre o MCG e seu papel no cuidado com a saúde.
O que é o monitor contínuo de glicose (MCG/CGM) e como ele funciona?
Segundo o médico, o monitor contínuo de glicose, chamado CGM — sigla derivada do nome em inglês, que é Continuous Glucose Monitoring — é uma tecnologia adotada por pacientes diabéticos, normalmente com diabetes tipo 1 em insulinoterapia ou diabetes tipo 2 em insulinoterapia, para checar o controle de glicose e eventuais ajustes no tratamento.
É um sensor corporal portátil que mede em intervalos regulares e de forma automática a glicemia, a nível de líquido intersticial, ou seja, a nível celular.
Quais são as principais indicações clínicas para o uso do MCG?
A principal indicação do monitor contínuo de glicose é o controle glicêmico em pacientes em uso de insulina. "Ele pode ser usado tanto por pacientes com diabetes tipo 1, que fazem uso de insulina, quanto por pacientes com diabetes tipo 2 que também façam uso de insulina", explica o médico.
Apenas pessoas com diabetes podem/deveriam usar o monitor contínuo de glicose?
Obviamente, apenas os pacientes diabéticos é que vão ter o benefício com o uso do monitor contínuo de glicose.
Quais são as principais vantagens do MCG em comparação ao monitoramento tradicional com glicosímetro?
Segundo o médico, a grande vantagem do monitor contínuo de glicose é fazer a avaliação contínua e de forma regular da glicemia, e não apenas em alguns momentos do dia. Outra vantagem é não haver necessidade de furar a ponta de dedo várias vezes ao dia para analisar a glicemia. Apesar disso, eventualmente, um ou outro paciente pode necessitar fazer o exame de ponta de dedo para analisar e confirmar se uma determinada glicemia está correta.
Existem limitações ou desvantagens no uso do monitor contínuo de glicose?
Para o especialista, a grande limitação dos monitores contínuos de glicose é o preço alto, que limita muito o número de pacientes que podem ter acesso ao dispositivo.
Como é feita a instalação e manutenção do dispositivo? O procedimento é doloroso ou invasivo?
A instalação do monitor contínuo de glicose é muito simples: se coloca através de uma pequena agulha, que adentra a pele e entra em contato com o líquido intersticial e, a partir daí, é feita a avaliação contínua da glicose.
Quais são os principais parâmetros e alertas que o MCG fornece ao usuário?
"Esses monitores, sobretudo os mais recentes, além de fazerem a avaliação contínua de glicose, têm a capacidade de avisar ao usuário quando a glicose está muito alta ou muito baixa, o que facilita o controle e evita riscos", explica o médico.