A última impressão é a que fica, e a seleção brasileira volta para casa com um gosto amargo após o tour pela Ásia. Os danos dos 45 minutos apáticos na derrota para o Japão vão martelar na cabeça de uma equipe que teve tudo para viver momentos de tranquilidade e empolgação, mas volta a ser questionada a menos de oito meses da Copa do Mundo.
É bem verdade que o Brasil deixou boa impressão na goleada sobre a Coreia e vinha fazendo um jogo controlado contra os japoneses até o intervalo. Os três gols sofridos em 19 minutos, no entanto, têm, sim, peso na avaliação de uma Data Fifa em que se esperava ao menos um time consistente e competitivo.
Mais do que o apagão que deu ao Japão a vantagem no placar, o Brasil não conseguiu sequer esboçar uma reação que desse ao torcedor a sensação de estar perto do empate. Contraste para um time que teve controle com posse de bola e territorial nos 45 minutos iniciais.
O primeiro tempo apresentou uma Seleção organizada e paciente para furar a defesa de um Japão que defendia em linha de cinco. Com a primeira linha alta, trocou passes de um lado para o outro até que Bruno Guimarães e Lucas Paquetá entraram no jogo para encontrar soluções com passes verticais. Paulo Henrique e Martinelli aproveitaram e marcaram os gols que deram o placar de 2 a 0 no intervalo.
Cenário que parecia controlado em resultado, performance e observações de Ancelotti, até que veio o segundo tempo. A Seleção retornou do intervalo com uma apatia inexplicável e desmoronou após a falha de Fabrício Bruno no primeiro gol do Japão.
A essa altura, o time da casa já era melhor, subia a marcação e se posicionava no ataque, mas o gol em um lance com a bola dominada abateu um time totalmente mexido. Carlo Ancelotti mexeu, tirou Bruno Guimarães, Vini e Martinelli, e a Seleção não se encontrou mais.
Em 19 minutos, o placar de 2 a 0 virou 2 a 3, e o Japão tomou as rédeas do jogo até com certa facilidade. O Brasil em momento algum deu indícios de que conseguiria empatar, nem na base da pressão, e um jogo que Carleto usou para observações vira alvo de questionamentos.
A Data Fifa de outubro chega ao fim com momentos interessantes, sim, mas a última impressão é a que fica. Principalmente pelo Brasil jogar 45 minutos sem apresentar o mínimo para se mostrar competitivo às vésperas da Copa.
