O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Batista Júnior, também declarou na oitiva no Supremo Tribunal Federal (STF), que o golpe não se efetivou porque “não houve participação unânime das Forças Armadas”. Ele também confirmou que foi aventada a prisão do então presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, um dos presentes, em uma das reuniões, afirmou que seria necessário prender todos os ministros do STF ou Moraes seria solto imediatamente pelo tribunal.
“Isso era no ‘brainstorm'[debate de ideias] das reuniões, isso aconteceu. Eu lembro que houve essa cogitação de prender o ministro Alexandre de Moraes, que era presidente do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. ‘Amanhã o STF vai dar o habeas corpus para soltar ele e nós vamos fazer o quê? Vamos prender os outros?’, relatou o ex-comandante.

Os atuais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) são: Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luís Roberto Barroso. O presidente do STF é Luís Roberto Barroso
Vale lembrar, que o presidente da República no exercício do cargo é Comandante Supremo das Forças Armadas, a quem os comandantes militares devem extrema fidelidade. Entretanto, o apoio da maioria dos brasileiros dado nas urnas ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, inevitavelmente iria convergir para uma resistência ao golpe, que além do atraso em razão do atentado contra o Estado Democrático de Direito, representaria um tsunami de prisões, torturas, exílios políticos, assassinatos com a destruição de vidas e famílias, aliado à extinção da liberdade de expressão e censura política.
Diante de intento atroz de Bolsonaro, o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior e o general Freire Gomes, se recusaram a servir uma missão que representaria um vendaval de perseguição com perspectiva até mesmo de derramamento de sangue no país, para sustentar a ditadura comandada por Bolsonaro, que no passado já declarou que no voto não é possível conseguir nada, defendendo a necessidade de matar 30 mil brasileiros para consertar o Brasil.