Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro avaliam que a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve condená-lo no julgamento marcado para esta terça-feira (2/9), informa a jornalista Andréia Sadi, do g1. Nos bastidores, a leitura é de que um pedido de vista do ministro Luiz Fux poderia adiar a decisão, mas não alteraria o resultado final.
Líderes bolsonaristas já tratam a condenação como certa e, por isso, concentram seus esforços no cenário pós-julgamento. A principal aposta do grupo é de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforce sanções contra ministros do Supremo por meio da Lei Magnitsky. Atualmente, Alexandre de Moraes já é alvo das medidas, e os aliados de Bolsonaro esperam que outros integrantes da Corte sejam incluídos.
A visão de parte da base bolsonarista é que a expansão das medidas seria o “caminho natural” e representaria menor desgaste político. O cálculo inclui ainda uma estratégia de pressão sobre o Congresso brasileiro em torno da pauta da anistia, reforçada recentemente pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Embora o núcleo bolsonarista veja nas sanções um trunfo político, há temor de que Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, vá além e adote medidas mais duras contra o Brasil. O receio é de que tarifas adicionais ou até um embargo comercial sejam impostos, prejudicando empresas nacionais e até companhias estrangeiras que mantêm negócios com o país.
De acordo com os aliados, nada estaria descartado, uma vez que a decisão cabe exclusivamente a Trump. “É ele quem decide”, resumiu um integrante do grupo. Entre as possíveis medidas, estariam restrições a transações financeiras e a proibição de relações comerciais com companhias brasileiras.