Não só o Brasil, mas todas as Américas há séculos são consideradas “quintal” dos EUA. Principalmente após a crise de 2008, que expos de forma mais nítida o declínio dos EU; os governos americanos apertaram seu domínio.
Intensificaram os bloqueios econômicos na Venezuela e em Cuba. No Brasil, apoio total ao golpe para derrubada do governo Dilma, na sequência a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, na Argentina à eleição de Javier Milei.
De volta ao poder Trump decide intensificar as ações para recuperar o país em decadência com a palavra de ordem “America Great Again”. Como ferramenta considerada poderosa lança o Tarifaço não só sobre o mais importante país do seu “quintal”, o Brasil, com taxa de 50%, similar para a India e outros países concorrentes em todo o mundo.
Na tentativa de recuperar domínio total como há poucos anos, tenta livrar das barras da justiça seu antigo pau-mandado Jair Bolsonaro, aquele que ao assumir o governo de imediato viajou aos EUA e fez continência à bandeira Americana.
Mas os tempos são outros, e os brasileiros escaldados de golpes, espoliações e falcatruas, não só se reconstrói, mas busca rapidamente novos caminhos.
O Brasil nas últimas décadas passou por vários ciclos de progresso e retrocesso.
Sob o governo Vargas atingiu altos índices de crescimento industrial, estruturação de grandes empresas, como Petrobras, Eletrobras, Siderurgica Nacional (CSN), a criação do Ministério do Trabalho, a CLT, os ministérios da Saúde, Educação, do Comercio, da Reforma Agrária e outros.
No entanto aqueles que nos dominam, impuseram severo cerco ao Governo Vargas, e o levarem ao suicídio.
O governo que o sucedeu, de João Goulart, seu ministro do Trabalho, foi derrubado pelo golpe militar em 1964 que destruiu e infelicitou o Brasil por 21 anos sempre sob apoio irrestrito dos EUA.
Após os anos de chumbo, passa por breve progresso, novamente barrado pelos governos Collor e FHC que implantaram a risca o projeto neoliberal sob batuta dos americanos, implantando reformas contra os direitos trabalhistas, previdenciários e privatizações das empresas estratégicas ao desenvolvimento do Brasil.
No início do século atual o povo brasileiro reconquista o poder elegendo o1º operário à presidência do Brasil, que no seu segundo mandato levou o país da 12ª para a 6ª potência mundial e o PIB a 7,5% ano, reelegendo sua sucessora Dilma, derrubada no 2º mandato, através de um golpe parlamentar.
Das conquistas dos governos Lula e Dilma uma das mais importantes foi a inserção do país em um novo caminho, o BRICs, um novo bloco de países em ascensão econômica e política no mundo.
Em verdade essa é a principal razão do Tarifaço de 50%. Os EUA não admitem o Brasil fora de seu controle, comercializando com outros países em outras moedas, senão em dólar.
Só que não imaginava que o atual governo assim como o povo brasileiro já cansado de tanta exploração e tantos golpes, teria a coragem de buscar outros caminhos.
Aluisio Arruda – Jornalista, Arquiteto e Urbanista, membro do PC do B-MT
