Governador de São Paulo relata que encontros com o ex-presidente após o segundo turno nunca foram sobre esse tema; Tarcísio de Freitas foi convocado pela defesa de Jair Bolsonaro como testemunha.
O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas disse, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (30/5), que o ex-presidente Jair Bolsonaro não teve conversas com teor golpista com ele depois do segundo turno das eleições de 2022.
Em depoimento que durou menos de 10 minutos, Tarcísio só foi questionado pela defesa do ex-presidente. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e Moraes abriram mão de fazer perguntas ao governador de São Paulo.
Tarcísio relatou ter conversado com Bolsonaro entre novembro e dezembro de 2022, quando fez visitas ao ex-presidente quando ia a Brasília. O período é o mesmo em que o ex-chefe do Executivo é acusado de planejar um golpe de Estado, para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
“Jamais, nunca (tive conversa com intenção de praticar ato de tentativa de golpe de Estado), assim como nunca tinha acontecido durante o meu período no ministério", disse Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura no governo passado.
Questionado pelo advogado Celso Vilardi, responsável pela defesa de Bolsonaro, se teve conhecimento de algum fato que relacionasse o ex-presidente aos atos de 8 de janeiro em Brasília, Tarcísio negou. “Não, nenhum. O presidente nem sequer estava no Brasil”, disse.
“Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia”, disse, na ocasião, o governador de São Paulo, no X.
“Jair Bolsonaro é a principal liderança política do Brasil. Este é um fato. Jair Bolsonaro jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do estado democrático de direito. Este é outro fato. Estamos juntos, presidente”, disse.
Em março, quando o Supremo recebeu a denúncia da PGR e tornou Bolsonaro réu, o governador de São Paulo repetiu que o ex-presidente é a principal liderança política do Brasil “e assim seguirá”.
“Sabemos que esse não é o primeiro e não será o último desafio a ser enfrentado, mas sabemos também que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada.