As cúpulas nacionais do PP e do União Brasil decidiram nesta terça-feira (2/9) que vão proibir todos os filiados de ocuparem cargos no governo. A decisão, que ainda precisa ser votada pelas Executivas Nacionais das suas siglas, atinge os ministros dos Esportes, André Fufuca, do PP, e do Turismo, Celso Sabino, do União. Os ministros das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, e da Integração Nacional, Waldez Góes, que são indicações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não serão alvos da determinação, pois não são filiados ao União Brasil. Já Lira indicou o presidente da Caixa, Carlos Vieira, funcionário de carreira da instituição bancária.
“Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal. Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes dessa federação nos seus estados, haverá afastamento de ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas punições disciplinares previstas no estatuto. Esta decisão representa um gesto de clareza e coerência. É isso que o povo brasileiro e eleitores exigem dos seus representantes”, disse o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, em comunicado lido no Congresso, nesta terça (2/9).
A articulação acontece no momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem vivido uma relação conturbada com os partidos do Centrão. Lula reclamou que os ministros da legenda não o defendem em eventos partidários em que o governo era atacado e que poderiam sair do governo caso assim desejassem.
Além disso, nas votações no Congresso Nacional os parlamentares dos partidos do Centrão têm votado contra o governo e projetos estratégicos para o governo. De maneiras que não se justifica mais a permanência dos partidos que não se alinham com o governo, nem a falsa alegação do União Brasil e PP de que a cobrança do presidente Lula exigindo que os ministros saiam do muro e vistam a camisa do governo, represente um “constrangimento”.
Na verdade, constrangimento quem enfrenta é o governo, quando mantém ministros indicados por partidos que votam alinhados com a oposição, deixando de honrar a aliança política quando assumem ministérios. Na medida em que entendem que não devem se alinhar aos projetos e medidas do governo, os partidos deveriam ter a decência de entregar os cargos, ao invés de permanecer com a intenção de usufruir das benesses do governo, sendo que na Câmara e Senado apunhalam o governo, o que demonstra oportunismo, falta de coerência e retidão moral.