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Variedades Sábado, 21 de Junho de 2025, 20:50 - A | A

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‘O Sambista Perfeito’ expõe trajetória de Arlindo Cruz e sua batalha contra o vício em drogas

‘O Sambista Perfeito’, escrita pelo jornalista Marcos Salles, levou quatro anos para ficar pronta e tem depoimentos emocionantes de Maria Bethânia, Zeca Pagodinho, Regina Casé, entre outros

Da Redação

No dia 7 de julho, quando acontece a noite de autógrafos de "O Sambista Perfeito", em uma livraria na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, os fãs de Arlindo Cruz vão conhecer detalhes até então desconhecidos da trajetória do artista.  

Na obra de 462 páginas escrita pelo jornalista Marcos Salles, estão depoimentos de Arlindo antes dele sofrer o AVC em 2017, e também de 120 pessoas, como Maria Bethânia, Zeca Pagodinho, Maria Rita, Regina Casé, mais outros amigos e familiares do cantor.

Durante as entrevistas, a emoção tomou conta de Salles. Difícil foi destacar a parte mais impactante do livro, destaca o autor.  

“No capítulo 14, ‘Arlindo Cruz é Pop’, é mostrada a relação dele com o Marcelo D2 e o Rogê. Essa parte é bem emocionante. Assim como o capítulo 25 ‘O Legado de Arlindo Cruz/A Falta que ele faz’, onde 45 pessoas falam sobre ele. E não cabem aqui quantos momentos de emoção aconteceram durante as conversas, muitas terminando em choro. Enfim, um livro para rir, para chorar e para pensar...", afirma.  

Do subúrbio e do samba

Arlindo Cruz nasceu em Piedade, subúrbio carioca, e começou sua trajetória musical aos seis anos, quando passou a tocar cavaquinho. Foi integrante do grupo Fundo de Quintal por mais de uma década, tendo papel essencial na revitalização do samba nos anos 1980.

Marcos conheceu Arlindo em 1981, no Pagode do Cacique, como a roda de samba era chamada. Na época, Cruz ainda era conhecido como Arlindinho. Quando o pagode mudou de nome e passou a se chamar Pagode do Arlindinho, o escritor se tornou íntimo da família do cantor.

Foi Babi Cruz, ex-mulher de Arlindo, quem convidou Marcos Salles para escrever o livro. O trabalho começou no início de 2021e chegou ao fim em 2024.

Ao se deparar com a situação vivida por Arlindo, vítima de um AVC no dia 17 de março de 2017, Marcos Salles reconhece que em alguns momentos foi difícil dar continuidade ao trabalho. “Eu dava um tempo, melhorava, ouvia seus sambas e voltava para as teclas do computador”, lembra ele.

O vício das drogas enfrentando pelo cantor ao longo da vida teve um capítulo inteiro dedicado ao problema enfrentado por Arlindo. O autor conseguiu ouvi-lo antes do AVC, a família e amigos sobre o assunto.

Arlindo lutou muitos anos contra o uso da cocaína. Segundo Marcos Salles, nos anos 1980 houve uma entrada grande da droga na música e a cocaína penetrou de forma fácil no meio artístico.

“Ele tentou parar algumas vezes. Se internou, tentou parar. Ele reconhecia isso, mas também entendia que era difícil. E segundo o Arlindinho [o cantor, filho de Arlindo Cruz] conta, ali perto do AVC, ele tinha parado. Estava quase zero, praticamente zero [da droga]”, conta Salles.  

O legado do artista

Depois de estudar e escrever sobre a vida do sambista, Marcos Salles constata que Arlindo Cruz é dono de uma grande generosidade, sempre pronto a ajudar sem se importar em saber para quem seria essa ajuda. Um compositor altamente produtivo, que fazia música diariamente, com uma incrível genialidade, tanto em letra quanto em melodia.

“Muitas vezes ele nem precisava da parceria, podia resolver tudo sozinho, mas fazia questão do parceiro. Ele era fiel à sua religião [o candomblé], mas abraçando a todas, sem dar espaço para a intolerância. Assim é Arlindo Cruz, um verdadeiro mestre da música e que tem feito muita falta. Das suas músicas, das suas gargalhadas, das suas pilhas sempre zoando alguém, da sua liderança serena. Que um dia ele acorde e volte, pelo menos a falar com a gente.”  

Na Bienal

"O sambista perfeito" é editado pela Editora Malê e será comercializado por R$ 84,90. Neste sábado (21/06), haverá o pré-lançamento do livro no estande da editora, na Bienal do Livro, no Rio, com a presença do autor, da ex-mulher de Arlindo, Babi Cruz, e de sua filha, Flora Cruz.

No domingo (22/06), Marcos Salles voltará à Bienal, dessa vez no estande de Estante Virtual, às 13h, para um bate-papo sobre a obra.

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