Uma nova pesquisa sugere que as pessoas podem perder mais peso evitando alimentos ultraprocessados, mesmo aqueles que são normalmente considerados saudáveis. O estudo, publicado na segunda-feira (4/8) na revista Nature Medicine, é o maior e mais longo ensaio clínico já realizado a examinar os efeitos de alimentos ultraprocessados no peso.
Os participantes perderam o dobro de peso quando seguiram dietas compostas por alimentos minimamente processados, como macarrão, frango, frutas e vegetais, do que quando seguiram dietas com alimentos ultraprocessados que atendiam aos padrões nutricionais, como refeições congeladas prontas para aquecer, cereais matinais, barras de proteína e shakes.
Autoridades federais têm alertado sobre os alimentos ultraprocessados, que representam cerca de 70% do suprimento alimentar nos Estados Unidos. Robert F. Kennedy Jr., secretário de saúde, afirmou que os alimentos ultraprocessados estavam "envenenando" os americanos e os classificou como os principais culpados pelas altas taxas de obesidade e doenças crônicas.
PERDER PESO E GORDURA CORPORAL
Dicken e seus colegas recrutaram 55 participantes, a maioria mulheres, com idades entre 20 e 60 anos. Todos tinham índices de massa corporal na faixa de sobrepeso ou obesidade e, antes do estudo, cerca de dois terços de suas calorias vinham de alimentos ultraprocessados — mais do que a média dos adultos no Reino Unido.
Os pesquisadores elaboraram duas dietas e forneceram as refeições. Ambas as dietas atendiam às diretrizes nutricionais do Reino Unido, com teores limitados de açúcar, gorduras saturadas e sódio, mas uma era composta principalmente de alimentos minimamente processados, como aveia em flocos, iogurte natural e espaguete à bolonhesa feito na hora; a outra era composta principalmente de alimentos ultraprocessados considerados saudáveis, como cereais matinais integrais, leite vegetal, iogurte saborizado e lasanha congelada.
Os participantes também perderam mais que o dobro de gordura corporal na dieta minimamente processada do que na dieta ultraprocessada.
MENOS CALORIAS POR MORDIDA E MENOS DESEJOS POR COMIDA
Foi um tanto surpreendente — e encorajador — que as pessoas tenham perdido peso com a dieta ultraprocessada, como aponta Kevin Hall, cientista nutricional e coautor do estudo. Isso provavelmente ocorreu porque a dieta ultraprocessada do estudo era mais nutritiva do que as dietas típicas dos participantes. Mas os participantes ainda perderam mais peso com a dieta minimamente processada — uma descoberta que se alinha com as de estudos anteriores.