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Polícia Segunda-feira, 25 de Agosto de 2025, 08:38 - A | A

Segunda-feira, 25 de Agosto de 2025, 08h:38 - A | A

Governadores de direita deixam Trump após tarifaço e tentam colar na imagem de Milei

Da Redação

Em meio a críticas a Donald Trump pela imposição do tarifaço, governadores de direita brasileiros têm recorrido cada vez mais ao presidente argentino, Javier Milei, como referência política e econômica. O vizinho tem sido visto como exemplo pela condução da crise gerada pelas novas tarifas americanas e por sua agenda de cortes de gastos, enquanto se mantém ideologicamente afastado do governo Lula.

A aproximação entre o líder argentino e governadores que disputarão o espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2026 seria consagrada ainda neste mês em um encontro promovido pela Consulting House, grupo que busca conectar lideranças políticas a empresários. A participação de Milei, no entanto, foi cancelada, segundo o colunista do GLOBO Lauro Jardim. Essa, no entanto, não seria a primeira sinalização recente de afinidade do grupo com Milei.

Na semana passada, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), recebeu o secretário de Turismo, Esporte e Meio Ambiente da Argentina, Daniel Scioli. Ex-embaixador no Brasil durante o governo Bolsonaro, ele deixou o cargo para integrar a gestão Milei. Desde então, tem voltado ao país para estreitar laços, com ações que incluem passagens aéreas promocionais para brasileiros que vão a cidades como Buenos Aires, compradas na Aerolíneas Argentinas, companhia área estatal.

O encontro não foi o primeiro de Jorginho com a cúpula do governo argentino. No ano passado, ele recebeu Milei em Balneário Camboriú (SC) ao lado de Bolsonaro. No ano anterior, ambos estiveram em Buenos Aires para a posse de Milei, junto de governadores como Tarcisio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Cláudio Castro (PL), do Rio. À época, a vitória de Milei também foi celebrada pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). “A liberdade venceu”, escreveu no X.

O nome do presidente argentino voltou a ser reverenciado recentemente pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), como uma liderança que buscou negociar com o presidente americano diante do tarifaço.

A referência em Milei para criticar a atuação de Lula, tem gerado embaraços para Caiado e outros governadores de direita que, no passado, celebraram o tarifaço como vitória de Trump. Segundo dados da pesquisa Genial/Quaest, 71% da população acredita que o presidente americano está errado em impor novas tarifas ao Brasil.

— Eles agora precisam equilibrar os pratos, por terem que atuar com responsabilidade com seus próprios estados e redutos eleitorais, mas, ao mesmo tempo, são pressionados a se manterem alinhados com os seus interesses ideológicos — diz Leandro Consentino, cientista político e professor do Insper.

Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas, governadores de Goiás e São Paulo, enfrentam o dilema do setor produtivo de ambos os estados figurarem entre os mais afetados pelo tarifaço. Se defenderem o tarifaço aprofundam o desgaste da direita, e condenando entram em choque com o bolsonarismo, que apostam na pressão de Trump na tentativa de salvar Bolsonaro da prisão e acreditam, até mesmo, na dificílima possibilidade da sua reabilitação eleitoral para a disputa presidencial em 2026.

“Se você me perguntasse há um ano se seria possível o Milei cortar 5% do PIB de gasto público em um ano, eu diria que não é possível, mas foi”, disse Tarcísio em evento do banco Safra.

Pela mesma razão, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo) exaltou a postura do vizinho. Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, defendeu cortes duros de gastos, a exemplo da Argentina, como saída para o Brasil.

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