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Política Terça-feira, 26 de Agosto de 2025, 08:44 - A | A

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Hugo Motta ignora a pressão de bolsonaristas e não vai pautar anistia, nem foro privilegiado

Temas de interesse do bolsonarismo caem para segundo plano e expõem fratura no diálogo de Motta com apoiadores do ex-presidente

Da Redação

Depois de ser contestado pelo motim dos bolsonaristas — que em 5 de agosto sitiaram a Mesa Diretora por aproximadamente 30 horas —, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), buscou, na semana passada, reforçar sua autoridade no cargo. Deixou claro que não pretende ceder à pressão da oposição e pautar projetos como a anistia aos envolvidos na invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado.

Assim que conseguiu se instalar, o presidente da Câmara deu seu recado: "Nossa presença nesta Mesa é para garantir duas coisas: a primeira é o respeito a esta Presidência, como quer que seja; e a segunda, é para que esta Casa possa se fortalecer. Vamos continuar apostando no diálogo. Só o diálogo é que mostrará a luz das grandes construções que o Brasil precisa. Nossa democracia não pode ser negociada" avisou.

DIÁLOGO INTERROMPIDO

Desde então, o diálogo entre Motta e os bolsonaristas se dificultou. Os apoiadores do ex-presidente garantiam que desocuparam a Mesa somente porque conseguiu do presidente da Casa a garantia de que as pautas que lhes interessavam seriam votadas. Mas, dois dias depois, o deputado negou que houvesse um acordo para colocar a anistia na pauta do Plenário.

Enquanto ignora os apelos da oposição, Motta avança em outras frentes para reafirmar sua força. No inicio da semana passada, pautou a votação do projeto que trata da adultização de crianças e adolescentes em ambientes virtuais. A proposta ganhou força depois a repercussão de um vídeo do youtuber Felipe Bressanin Pereira, o Felca, que denunciou a exploração de menores em plataformas digitais e levou à prisão o influenciador Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente — que também tiveram os bens bloqueados pela Justiça.

Além disso, Motta articulou a aprovação do regime de urgência para um projeto que prevê punições a deputados que obstruam os trabalhos da Câmara. O texto autoriza a suspensão de parlamentares por até seis meses em casos de bloqueio das atividades legislativas ou agressões físicas e verbais contra colegas e a Mesa Diretora. A medida foi interpretada como uma resposta direta ao motim bolsonarista.

"Não há desta presidência o interesse de hipertrofiar os seus poderes. O que há é o desejo de proteger o bom funcionamento da Câmara", avisou Motta.

PAUTANDO O QUE É IMPORTANTE

Se os bolsonaristas se irritam, os governistas comemoram. Para a deputada Talíria Petrone (PSol-RJ), a escolha de pautas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o combate à exploração infantil nas redes sociais aponta para um alinhamento de Motta com demandas sociais mais amplas. "É o que o Brasil deseja, é o que o povo brasileiro precisa. Se a oposição não está conectada com isso, só lamento", disse ao Correio.

Já para a deputada Erika Hilton (PSol-SP), Motta está apontando para aquilo que é realmente importante e tentando dar algum tipo de resposta ao deixar claro que quem pauta [as matérias] na Câmara é o presidente", frisou.

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