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Política Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024, 14:41 - A | A

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Terá que mostrar serviço

Abílio Brunini de atirador passará à alvo e terá que mostrar serviço

Câmara dos Deputados

Adalberto Ferreira
Cuiabá

Nas alternâncias circunstanciais próprias do jogo político, os papéis muitas vezes alteram-se, como aconteceu na trajetória do deputado federal Abílio Brunini (PL), eleito prefeito de Cuiabá na última eleição. Habituado com a atuação política na oposição, Abílio Brunini (PL), primeiro teve como alvo o prefeito Emanuel Pinheiro enquanto vereador por Cuiabá, e, posteriormente, o presidente Lula, depois de eleito deputado federal, sempre fazendo denúncias e críticas contundentes. No entanto, no cargo de prefeito terá que resolver uma série de problemas que encontrará pela frente na condição de gestor responsável pela prefeitura de Cuiabá.

A pacata cidade, que no primeiro censo do IBGE realizado em 1970 contava com pouco mais de 100 mil habitantes, passou por acelerado processo de crescimento populacional e urbano sem nenhum controle e planejamento. Atualmente Cuiabá conta com 325 bairros e a população se multiplicou por quase sete vezes mais, atingindo 650.877 habitantes de acordo com o último censo do IBGE. De lá para cá muito foi realizado, entretanto uma grande demanda de problemas ainda exige solução.

O serviço público no setor de saúde é caótico, o transporte coletivo urbano é explorado para enriquecer empresários, em detrimento do atendimento eficiente e respeitoso aos usuários. Mergulhada numa ilha de calor, Cuiabá corre o sério risco de tornar-se inabitável, em conseqüência de calor insuportável. O trânsito funciona de maneira desordenada e irracional, congestionado por uma frota total de mais de 500 mil veículos, conforme registro de dados do Detran/Net, relativo à agosto 2024. Em situação degradante, o Centro Histórico definha consumido por um processo de esvaziamento, o que vem aniquilando economicamente uma área que sempre alavancou o desenvolvimento econômico e social da cidade. Além de tudo, acarreta a perda da memória histórica de Cuiabá, para não ir mais além na gama de problemas que a cidade acumula.

Cuiabá, a exemplo da imensa maioria das 5.570 cidades brasileiras, é vítima da distorção na divisão da soma dos impostos arrecadados. A população não vive na União nem estados, sobrevive nas cidades. Mas mesmo os municípios sendo o lugar onde as necessidades básicas do indivíduo precisam ser atendidas, de maneira distorcida recebem apenas 15% dos impostos arrecadados, enquanto os estados abocanham 24% e a União centraliza 61%. O desvirtuamento na divisão dos recursos provenientes da arrecadação de impostos estrangula a maioria dos municípios, e os prefeitos administram enfrentando limitações financeiras que inviabilizam a solução dos problemas. Em virtude da situação sufocante, as alterações imprescindíveis nos critérios federativos para a distribuição dos impostos são objeto de uma árdua luta política, todavia sem horizonte definido, em função do jogo de interesses que contamina as decisões do Congresso Nacional e governo federal na reforma tributária.

Ressalte-se, que nesse contexto pesa sobremaneira a alta taxa básica de juro estabelecida pelo Banco Central (Selic-BC), que drena parcela exponencial dos recursos públicos que deveriam ser canalizados para melhorar a Saúde, Educação, subsidiar a melhoria do Transporte Público e obras destinadas à urbanização das cidades, para enriquecer os bancos e magnatas do capital financeiro da Farias Lima. O Brasil arcou, em média, com R$ 2,3 bilhões por dia para financiar a dívida pública, R$ 855 bilhões nos 12 meses até agosto de 2024, praticamente o mesmo valor canalizado para os programas Bolsa Família, PAC, Nova Indústria Brasil, Saúde e Educação. Ou seja, valor similar aos R$ 928,5 bilhões que o governo vai aplicar na parte principal das áreas econômicas e sociais.

De forma que existe enorme demanda de problemas, gerados em grande parte, por causa da sufoco financeiro imposto aos municípios, acenando que o caminho mais indicado é Abílio articular a captação de aportes financeiros junto aos governos do estado e federal. A magnitude dos problemas indica ao prefeito eleito buscar transitar amplamente, tendo como guia o compromisso público acima das questões menores. O sectarismo político, ideológico, religioso e quaisquer outros envolvimentos com questões secundárias, pode ser o caminho do fracasso.

 Acima de tudo, a sustentabilidade social e econômica não é um fator subjetivo, depende concretamente das pessoas contarem com melhorias nas condições de sobrevivência, que envolve políticas públicas eficientes e equacionamento das questões urbanas cruciais. A pregação ideológica, afora não resolver objetivamente os problemas, tende a levar ao isolamento, pois a ausência de uma política ampla, de maneiras a buscar por unir forças e viabilizar apoio político para levantar recursos para a solução dos problemas, certamente agravará, ainda mais, a situação caótica em que Cuiabá se encontra.

Em resumo, o que contará acima do resto, a partir da posse, serão as realizações, pois como expressa a sabedoria popular: “as palavras o vento leva”.   

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