O governo Lula (PT) quer aproveitar a "maré cheia", com a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais e a melhora na aprovação da gestão petista, para investir em outras pautas populares entre os trabalhadores: o fim da escala 6x1 e a tarifa zero no transporte público.
O QUE ACONTECEU
O governo vai reunir líderes da base aliada para tentar destravar a pauta na Câmara. No encontro entre a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), autora da PEC (proposta de emenda à Constituição) que reduz a jornada de trabalho, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ficou acertada uma reunião nos próximos dias com lideranças de partidos de esquerda como o próprio PT, PSOL, PCdoB e PSB, para conversar sobre as possiblidades de fazer o tema avançar na Câmara dos Deputados.
Os partidos aliados, MDB e PSD também serão chamados para conversar sobre o assunto. Hilton disse ao UOL que a ideia do governo é “entender como eles estão se posicionando e qual texto, eles querem construir para tentar criar um consenso entre as lideranças”. De acordo com a deputada, o governo entende que “é uma boa proposta, que ganhou tração e não pode deixar essa bola quicando”, afirmou.
A PEC altera o trecho que trata da jornada de trabalho na Constituição Federal. A proposta sugere uma jornada de quatro dias semanais, com duração de oito horas diárias e 36 horas semanais. O texto prevê ainda a possibilidade de compensar horários e redução da jornada a partir de acordo ou convenção coletiva de trabalho. A medida já adotada em alguns países do mundo.
Entidades da indústria e do comércio são contrárias à proposta. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a mudança pode trazer prejuízos ao mercado de trabalho e à capacidade das empresas de competir, sobretudo para as microempresas e de pequeno porte.