Tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução O ex-presidente Jair Bolsonaro, preso neste último sábado (22/11), reconheceu ter usado um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira eletrônica que utilizava como medida cautelar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
A informação consta em relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE-DF), elaborado após equipes de fiscalização serem acionadas para verificar possível violação do dispositivo. Bolsonaro foi preso por risco de fuga após a constatação das avarias.
A secretaria também anexou um vídeo do momento em que a equipe da secretaria do DF inspeciona o aparelho, no qual ele conversa com a diretora-adjunta da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Rita Gaio:
'ESCADA'
Segundo o documento, a equipe recebeu inicialmente a comunicação de que o monitorado teria “batido o dispositivo na escada”. Ao chegar ao local, a policial responsável afirmou que ao contrário da informação inicial, a tornozeleira “não apresentava sinais de choque em escada”.
Em vez disso, o relatório aponta que o equipamento possuía “sinais claros e importantes de avaria”, incluindo marcas de queimadura em toda a circunferência, especialmente na região de fechamento do case.
Questionado sobre o instrumento utilizado para provocar os danos, Bolsonaro respondeu que havia feito “uso de ferro de solda para tentar abrir o equipamento”.
Conforme documento, "o equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria". "Haviam marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de encaixe/fechamento do case", informou o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica.
Questionado no momento da atuação de servidores da Seap sobre se teria usado algo para queimar a tornozeleira, o ex-presidente respondeu que havia utilizado um "ferro quente". Perguntado novamente, disse que usou um "ferro de solda".
Conforme o relatório, não foram identificados sinais de avaria na pulseira da tornozeleira. O equipamento danificado, então, foi substituído.
"Após confirmação de funcionamento regular, captação contínua de sinal e teste de tração, o monitorado foi liberado para retornar ao repouso", diz o documento.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seape/DF) disse em nota que não divulga situações e informações específicas de custodiados.
VEJA ABAIXO A INTEGRA DO DIÁLOGO DA GRAVAÇÃO:
· Policial: “Equipamento 85916-5. O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?”
· Bolsonaro: “Meti ferro quente aí. Curiosidade.”
· Policial: “Que ferro foi. Ferro de passar?”
· Bolsonaro: “Não, ferro de solda.”
· Policial: “Aquele que tem uma ponta?
· Bolsonaro confirma.
· Policial: O senhor tentou puxar a pulseira também".
· Bolsonaro: “Não, não, isso não.”
· Policial: “Pulseira aparentemente intacta, mas o case violado. Que horas o senhor começou a fazer isso, seu Jair?”
· Bolsonaro: “Lá pro final da tarde.”
· Policial: “Final da tarde? Essa tampa chegou a soltar ou não?”
· Bolsonaro: “Não, soltou não.”


