O Exército brasileiro determinou a proibição de manifestações em frente a quartéis durante o julgamento de Jair Bolsonaro (PL), que começa nesta terça-feira (3/9). Segundo o jornal O Globo, a diretriz do comandante da Força, general Tomás Paiva, visa impedir que áreas militares sejam palco de atos políticos em um momento de tensão institucional.
A medida tem como objetivo evitar que o processo no Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa a participação de Bolsonaro e outros aliados em um suposto plano golpista, respingue na rotina das unidades militares. Segundo O Globo, a mesma regra também valerá caso o ex-mandatário seja condenado e eventualmente encaminhado a cumprir pena em instalações militares — hipótese em que manifestações e acampamentos também estarão vetados.
SEGURANÇA É REFORÇADA COM GRADIS NO PLANALTO E NO ALVORADA
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal reforçou o esquema de segurança na Praça dos Três Poderes e em alguns pontos da capital nesta semana que inicia o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Além de mais efetivo na praça, policiais vão ficar nas ruas que dão acesso às residências oficiais da Câmara dos Deputados e do Senado.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pelos prédios presidenciais, colocou gradis em volta do Palácio do Planalto e aumentou as estruturas na Praça dos Três Poderes. Também haverá um reforço de segurança nas instalações do Planalto, do Palácio da Alvorada e do Jaburu, residências oficiais da Presidência da República e da vice-presidência. Até a tarde de segunda-feira (1/9), não havia ainda alterações visíveis no Alvorada.
O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, explicou que além do aumento de efetivo nessas regiões e utilização de gradis, haverá revista de pessoas que se aproximarem da Praça dos Três Poderes e estiverem portando mochilas, assim como ocorre em dias de grandes eventos culturais na Esplanada dos Ministérios. Haverá ainda o uso de drones.
— O Supremo permitiu que pessoas assistam ao julgamento lá de dentro. A gente tem alertado que faremos a revista das pessoas que forem para a Praça dos Três Poderes — explicou Avelar.
Também haverá um núcleo de inteligência montado na SSP, com a participação de policiais legislativos e servidores do governo federal, para identificar possíveis riscos ao longo da semana. A previsão é que esta célula fique montada até o dia 8 de setembro, podendo ser prorrogado.
NÚCLEO CRUCIAL DO GOLPE
A Primeira Turma do STF analisa acusações contra oito réus que compõem o chamado “núcleo crucial” da ação penal. Além de Jair Bolsonaro (PL), estão na lista os generais Braga Netto e Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o ex-Comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin e Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do ex-presidente.
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Núcleo crucial do golpe, comandado por Bolsonaro, segundo o Procurador Geral da República, Paulo Gounet