Com o aumento dos casos de falsificação de bebidas alcoólicas usando metanol, surgiram alertas sobre o descarte incorreto de garrafas de vidro, que acabam sendo reutilizadas por criminosos. Apesar das recomendações, bares e restaurantes enfrentam dificuldades para inutilizar essas embalagens, que muitas vezes são revendidas na internet com rótulos e tampas originais.
Especialistas alertam que garrafas de marcas famosas são produzidas exclusivamente para cada bebida, e quando não são destruídas corretamente, tornam-se alvo fácil para fraudes. No Brasil, apenas cerca de 30% dessas embalagens são recicladas.
A solução apontada inclui a destruição física das garrafas (como lixá-las ou riscá-las), tipificação penal da prática e ampliação da logística reversa, sistema em que a indústria recolhe as embalagens usadas. Contudo, bares e pequenos estabelecimentos alegam que os custos dessa logística (como máquinas trituradoras) são altos e que a responsabilidade deveria ser das indústrias produtoras, e não dos pontos de venda.
Além disso, há críticas à fiscalização deficiente, que permite a venda e compra de bebidas falsificadas sem nota fiscal. Para especialistas, combater a falsificação exige uma ação conjunta da indústria, estabelecimentos, consumidores e autoridades.
O Agenda afirma que algumas indústrias, como a cervejeira, já adotam sistemas de retorno e reutilização de garrafas, com incentivo ao consumidor, dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê responsabilidade compartilhada entre fabricantes, comércio e consumidores.