O presidente Lula condenou que neste país temos pagamento de juro de quase R$ 1,2 trilhão de reais, desoneração fiscal de R$ 680 bilhões, e a insistência nos cortes em programas sociais e nos investimentos públicos.
O presidente Lula criticou duramente os juros praticados no país pelo Banco Central e a insistência nos cortes em programas sociais e nos investimentos públicos. “Eu fico triste quando eu vejo as pessoas jogarem a culpa por essa situação em cima dos doentes, em cima do BPC (Benefício de Prestação Continuada), em cima do Bolsa Família, em cima do Pé de Meia, criado para garantir que 500 mil moleques que saiam da escola porque tinham que trabalhar, não desistam e possam voltar a estudar”, acrescentou Lula, dirigindo-se aos empresários e ministros, durante o lançamento do Plano Safra.
DIMINUIR PRIVILÉGIOS
“É difícil as pessoas perceberem isso? É, destacou o presidente, se a gente continuar estabelecendo que vai predominar na nossa cabeça o desejo de mentir, o desejo de fazer canalhice, quando a gente deveria fazer coisa séria”.
Justificando que o Brasil tem todas as condições de tornar-se grande potência econômica, Lula defendeu: “é preciso diminuir os privilégios. Não queremos tirar nada de ninguém, queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direitos para os outros”.
As afirmações de Lula ocorrem num momento em que os setores que vivem apenas da especulação financeira, e que têm representantes fortes na mídia, inclusive, dentro do próprio governo, estão exigindo cortes nos investimentos públicos e nos programas sociais para, segundo eles, garantir equilíbrio das contas públicas. A meta é não só equilíbrio, mas até superávit primário [economia recurso do orçamento para entregar aos bancos e especuladores da dívida pública].
EQULÍBRIO FINGE NÃO EXISTIR GASTANÇA COM JURO
Um “equilíbrio” que só mira nos gastos sociais e finge cinicamente que não existe uma gastança criminosa, como destacou o presidente, de, segundo ele, quase 1,2 trilhões de reais todos os anos para pagamento de juros. Além de uma isenção fiscal indiscriminada que consome, também como o presidente assinalou, 680 bilhões de reais de dinheiro público. Nessa gastança com juros e isenções eles não querem mexer.
Assim como o presidente Lula aponta o absurdo das despesas com juros nesse país, ele cobra também que seja reduzida a evasão fiscal. Lula argumenta que as medidas em relação ao IOF visam reduzir privilégios para que se possa aumentar os benefícios dos que mais precisam. No entanto, a oposição no Congresso, e a mídia dos bancos vão noutra direção. Eles esbravejam para manter os privilégios dos poderosos e insistem em cortes draconianos nos direitos sociais. Eles não estão satisfeitos com o que já está sendo feito. Querem mais cortes e mais arrocho sobre a população.