O PSDB aprovou nesta quinta-feira (5/6) a fusão com o Podemos, na tentativa de sobreviver à cláusula de desempenho e se manter relevante no cenário político nacional.
O evento deu poderes para a Executiva negociar a elaboração do novo estatuto e programa partidário, mas ainda há uma divergência entre os dois partidos sobre quem comandará a sigla.
O Podemos reivindica a presidência para a deputada Renata Abreu (Pode-SP), por ser maior do que o PSDB atualmente. Já os tucanos querem convencê-la a fazer um rodízio nas funções, com cada grupo assumindo o comando por seis meses até a eleição municipal.
Esses pontos serão negociados ao longo do próximo mês, enquanto os novos programa e estatuto são elaborados.
A expectativa é dar entrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o pedido em julho e receber o aval até setembro ou outubro. Após isso, os dirigentes querem negociar também uma federação com outros partidos, como o Solidariedade.
A fusão foi aprovada nesta quinta-feira pelos dirigentes nacionais do PSDB por 201 votos a 2. Eles também concederam poderes para a Executiva negociar os trâmites finais por 199 votos a 4.
Embora seja tratada como uma fusão pelo simbolismo, na prática haverá uma incorporação do Podemos pelos tucanos para evitar punições pelo rompimento antecipado da federação com o Cidadania.
O novo partido se chamará provisoriamente PSDB+Podemos, provavelmente até a eleição nacional. O nome definitivo deve ser decidido após pesquisas e consulta aos filiados.
A sigla nasce com pretensões nacionais, mas sem um nome forte para concorrer à Presidência. O mais cotado, até então, era o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, mas ele preferiu se desfiliar em maio e entrar no PSD, ainda com o discurso de que poderá concorrer à Presidência.
Aliada de Leite, a ex-prefeita de Pelotas Paula Mascarenhas (PSDB) participou da convenção e votou a favor da aliança com o Podemos.
O PSDB também perdeu a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, para o PSD e vê investidas de outros partidos sobre o último governador que permanece em suas fileiras —Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, que participou por videoconferência e declarou que "apoia integralmente" a fusão.