Antes do ataque dos EUA ao Irã, durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, realizado nesta sexta-feira (20/6), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que o mundo pode estar próximo de uma Terceira Guerra Mundial. “É perturbador. Estou falando sem ironia, sem piadas. É claro que há um grande potencial de conflito, ele está crescendo, está bem debaixo do nosso nariz e nos afeta diretamente”, disse Putin.
O presidente russo mencionou especialmente a situação envolvendo as instalações nucleares iranianas, onde técnicos russos atuam na construção de dois reatores. “O que está acontecendo em torno dessas instalações é motivo de preocupação”, afirmou.
As falas ocorrem em um momento de crescente instabilidade no Oriente Médio, com trocas de ataques entre Israel e Irã e ameaças envolvendo infraestruturas estratégicas.
Nos últimos meses, Putin se ofereceu para atuar como mediador entre os dois países, o que gerou reações de desconforto por parte de autoridades dos Estados Unidos, incluindo o ex-presidente Donald Trump. Em janeiro de 2025, Moscou e Teerã firmaram um acordo de cooperação estratégica de longo prazo, com diretrizes para coordenação política e militar, além de apoio mútuo em fóruns internacionais.
Parlamentares questionam legalidade do ataque dos EUA
Representantes Foto: Lawrence Jackson/ wikimedia commons

Oposição defende impeachment de Trump. Plenário da Câmara dos Representantes
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ordenar ataques a instalações nucleares no Irã sem consultar o Congresso provocou uma onda de críticas em Washington. Parlamentares democratas e até republicanos questionam a legalidade da ação. A informação é da Folha de São Paulo.
Segundo a Resolução dos Poderes de Guerra — legislação que regula a autorização para o uso da força —, o presidente só pode ordenar ataques em três situações: em caso de declaração formal de guerra, com aprovação do Congresso ou diante de uma emergência nacional, gerada por um ataque ao país ou às Forças Armadas estadunidenses.
Para opositores de Trump, nenhuma dessas condições se aplica. Eles classificam a ofensiva como inconstitucional e defendem que o ataque é motivo para o impeachment do presidente.
Um grupo de parlamentares tenta aprovar uma resolução que limitaria futuros ataques do presidente em relação ao Irã, mas enfrenta obstáculos, já que há maioria republicana no Congresso e os líderes das duas Casas apoiam a decisão de Trump. Aliados do governo, como o presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmam que a resposta militar norte-americana foi necessária.