Para evitar uma escalada interna da inflação, o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos) elaborou, segundo analistas do agronegócio, uma lista de produtos os quais o país não consegue produzir localmente e que pesam na alimentação americana.
Entre esses produtos estão café, frutas tropicais, frutos do mar, suco e óleo de palma. As negociações, de acordo com esses analistas, seriam feitas com tarifas diversificadas em relação ao limite imposto aos países.
Se confirmada, será uma boa notícia para o Brasil, que coloca diversos alimentos na mesa dos americanos. O problema é que a execução da lista não depende do USTR, mas da vontade de Donald Trump.
No caso do Brasil, ele está obcecado pelo julgamento de Jair Bolsonaro e, provavelmente, ainda se vingando do momento em que Lula disse preferir Kamala Harris a ele, durante as eleições americanas do ano passado.
As questões políticas falam mais alto do que as econômicas. Daí o silêncio da Casa Branca nos pedidos de negociações do Brasil.
Coluna do jornalista Mauro Zafalon, Folha de São Paulo