O União Brasil antecipou o movimento de desembarque do governo e determinou a entrega de cargos de todos os seus filiados em até 24 horas. Anteriormente, o partido tinha definido que entregaria os cargos até o final do mês. A movimentação foi confirmada pelo presidente nacional da legenda, Antônio Rueda, que afirmou também ser válida para o ministro filiado ao partido, Celso Sabino (Turismo).
Uma normativa do partido publicada nesta quinta-feira (18/9) prevê sanção aos quadros que não pedirem exoneração de seus cargos: haverá abertura de processos disciplinares.
PRESIDENTE NACIONAL UNIÃO LIGADO AO PCC?
A decisão de deixar o governo acontece pouco depois da veiculação de notícias que associam Rueda ao crime organizado de São Paulo. De acordo com reportagens publicadas pelo UOL e pelo ICL, aeronaves de Rueda teriam sido usadas pelo PCC. O partido vê influência do governo em vazamentos de operações da Polícia Federal (PF) que miram Rueda.
Aos veículos de imprensa, Rueda negou ser dono de aviões e repudiou "com veemência qualquer tentativa de vincular seu nome a pessoas investigadas ou envolvidas com a prática de algum ilícito".
Em nota, o União manifestou "solidariedade" ao presidente da legenda:
"Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente após a determinação de afastamento do filiados. Tal "coincidência" reforça a percepção de uso político da estrutura estatal para desgastar a imagem da nossa principal liderança", diz o texto.
Com a terceira maior bancada na Câmara, o União já anunciou que fará uma federação com o PP. A sigla possui 59 deputados e sete senadores e é peça-chave na governabilidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
MINISTRA CONTESTA ACUSAÇÕES DO UNIÃO
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reagiu à nota e disse repudiar o que chamou de “acusações infundadas e levianas”. “A direção do partido tem todo direito de decidir a saída de seus membros que exercem posições no governo federal. Aliás, não é a primeira vez que fazem isso. O que não pode é atribuir falsamente ao governo a responsabilidade por publicações que associam dirigente do partido a investigações sobre crimes. Isso não é verdade”, escreveu nas redes sociais.