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Variedades Quinta-feira, 15 de Maio de 2025, 19:49 - A | A

Quinta-feira, 15 de Maio de 2025, 19h:49 - A | A

Alok traz show do Coachella para São Paulo e provoca debate sobre arte e IA

DJ fala do manifesto do uso excessivo da IA que leva para turnê e a escolha de ter 50 dançarinos em coregrafia sincronizada para valorizar a arte humana: 'Meu filho achou que era computação gráfica'

Da Redação

Após o sucesso da sua estreia no Coachella, Alok vai trazer o show que foi exaltado pela imprensa internacional para o Brasil. O DJ vai fazer uma edição especial da turnê "AUREA" no dia 28 de junho, no estádio do Pacaembu, em São Paulo.  

"A gente não tava planejando esse show agora, mas após a repercussão do Coachella, reviu nossa estratégia. Vai ser um show diferente até para gente, ainda está em desenvolvimento, bem diferente do Coachella. Ainda não posso falar os convidados, mas serão muito legais, meio disruptivo, que faz sentido para o contexto. Terá show de abertura também."

O espetáculo traz o manifesto "Keep Art Human" (mantenha a arte humana) provocando uma discussão sobre o uso excessivo da IA (inteligência artificial).  

"Para você fazer arte, precisa de alma. Não trata a tecnologia como inimiga, mas como aliada. É um momento de resistência, de se posicionar, nós, artistas, temos que fazer a manutenção da cultura. Não tem debates sobre segurança da IA. Nem quem inventou sabe as consequências, quando começa a atingir a minha área, minha cultura, tenho que me posicionar, tentar integrar e não tirar nosso lugar. Como sempre uso tecnologia a favor na minha carreira, tenho propriedade para falar. Os drones, por exemplo, são todos programados, a criação é guiada por humanos", refletiu Alok durante uma coletiva de imprensa.

Na apresentação, o artista une as batidas eletrônicas de suas músicas com coreografias de 50 dançarinos treinados pelo grupo Urban Theory.  

"Teve gente que achou que os dançarinos eram computação gráfica. Meu filho achou que era computação gráfica e ficou impressionado quando levei para o ensaio , falei que era possível porque eles treinam muito. Hoje em dia, a gente parte da premissa que o humano não é capaz de fazer as coisas e provo que a gente faz coisas mais legais. São nossos grandes parceiros, o mais legal é que tem uma dinâmica bacana, eles só orientam a galera, não vamos trazer os americanos para cá, por exemplo, eles vão treinar brasileiros para a performance daqui, assim como quando formos para Ásia, vamos treinar pessoas lá."

Repercussão do Coachella

Sobre a repercussão da performance no Coachella que viralizou nas redes sociais por todo o mundo, Alok relembrou quando passou por uma depressão.

"A gente é condicionado a pensar que o sucesso é definido por bens materiais, popularidade... No momento que tinha tudo isso, senti um vazio existencial enorme, não tinha mais sentido a vida e fui em busca de um sentido. Entendi que só faz sentido ter essa popularidade se tiver fazendo coisas que importam. Se falasse há 12 anos sobre criar um instituto, não tinha essa conscientização sobre a filantropia e entender que o sucesso é subjetivo. Tudo que faço tem um propósito e uma mensagem", explicou.  

Show no Pacaembu

Alok promete elementos novos na apresentação de São Paulo. Os dançarinos vão trazer uma nova coreografia que deve interagir com 600 drones, efeitos especiais inéditos e quatro mil placas de led. Ele também vai ter convidados no show, como os indígenas Mapu Huni Kuin, Owerá e Bro’s Mcs, além de outros. Perguntado se sente uma responsabilidade de sempre inovar, ele respondeu:

"Sinto essa responsabilidade, não é pressão, mas gosto de buscar sempre inovação, toda vez que estou inovando, trago questões importantes, como preservar a nossa cultura, nossa arte e nossa humanidade. A gente está sempre em busca de como integrar a tecnologia no show, mas sem ser de forma agressiva."

Inteligência artificial X ser humano

Alok está chamando a atenção das pessoas para o crescimento desenfreado do uso da inteligência artificial, principalmente na música.

"Esse desequilíbrio é o grande ponto. Muitas pessoas não sabem mais diferenciar uma música feita por IA e por uma pessoa. Minha preocupação maior é com a nova geração dos artistas, com o futuro. Isso vale para tudo que faço, a preservação, qual mundo estamos deixando para nossos filhos? É trazer a conscientização, ir moldando aos poucos", alertou.

"A gente usa muito inteligência artificial, há um ano todo mundo estava animado para usar, superou as nossas expectativas, as pessoas não sabem mais diferenciar o que é real. A maior dificuldade é convencer as pessoas de que fazer a arte através da alma humana também é importante. Antes era usar a tecnologia para cada vez ficar melhor, mas agora é valorizar a arte por trás da criação. Em pouquíssimo tempo, a arte vai ser um ato de resistência."

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