No primeiro dia da visita na tentativa de dialogar para abrir negociação em relação ao tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros importados para os EUA, a delegação de senadores brasileiros constatou que o presidente norte-americano, Donald Trump, estaria determinado a submeter o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a uma situação de humilhação para sentir-se vitorioso em qualquer tratativa bilateral. A avaliação foi registrada pela jornalista Maria Cristina Fernandes, do Valor Econômico.
Segundo os relatos obtidos pela comitiva, Trump repetiria com Lula a mesma estratégia adotada contra o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, exigindo concessões unilaterais e simbólicas como forma de afirmação de poder. A conclusão veio após reuniões com representantes da Câmara de Comércio Brasil-EUA, escritórios de advocacia com acesso à Casa Branca e integrantes do setor empresarial. Trump precisará sair com a sensação de vitória para entrar em acordo com o Brasil, ouviram os senadores.
“BRASIL NÃO É DE BRIGAR, MAS TAMBÉM NÃO É DE FUGIR”, DIZ LULA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que deve entrar em vigor em 1º de agosto, foi classificada por Lula como um gesto de confronto. “O Brasil não é de brigar, mas também não é de fugir”, afirmou Lula.
Lula mencionou a exigência de Trump de que o Brasil encerre o processo contra Jair Bolsonaro. O petista destacou que o processo contra Bolsonaro está sob responsabilidade do Judiciário, que é um poder independente, e citou depoimentos de militares presos que, segundo ele, confirmaram planos de golpe de Estado e até mesmo de assassinato de autoridades.
“Quem vai julgar e pode condenar Bolsonaro é a Suprema Corte brasileira”, enfatizou.