Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Emanuel Pinheiro da Silva Primo – conhecido como Emanuelzinho (MDB/MT), vice-líder do governo na Casa –, criticou duramente o que classificou como "privilégios" no sistema tributário brasileiro e denunciou a influência de bancos, empresas de apostas e bilionários sobre o Congresso Nacional.
O parlamentar argumentou que há resistência entre congressistas em aprovar medidas que elevem a carga tributária dos setores mais ricos da economia. "Todos sabemos que os bancos, as bets e os bilionários têm um poder de influência gigantesco sobre este Congresso", afirmou Emanuelzinho, acrescentando: "Vários colegas optam por não votar, não querem, têm receio ou medo de aprovar uma maior contribuição desses setores".
O deputado contrastou essa resistência com a mobilização popular que foi necessária para aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. "Foi preciso que a população fosse às ruas", destacou, apontando o que considera uma "injustiça tributária" no país.
Vários colegas optam por não votar, não querem, têm receio ou medo de aprovar uma maior contribuição desses setores
Em seu discurso, o parlamentar mato-grossense defendeu que trabalhadores, como motoristas de aplicativo, professores e técnicos de enfermagem, são obrigados a "contribuir com mais do que podem", enquanto os setores mais ricos da economia mantêm benefícios fiscais.
O parlamentar propôs um sistema tributário mais progressivo, no qual "quem ganha menos pague menos" e "quem ganha mais pague mais", como forma de reduzir as desigualdades no país. "É isso, presidente, que nós queremos: lutar contra os privilégios, lutar pela justiça fiscal, lutar pela justiça tributária", concluiu.
A declaração foi feita em meio aos debates sobre a reforma tributária e as políticas de distribuição de renda em curso no Congresso Nacional.