O Brasil, maior exportador de frango do mundo, confirmou seu primeiro surto de gripe aviária em uma granja avícola na sexta-feira, desencadeando uma proibição comercial em todo o país pela China e restrições estaduais para outros grandes consumidores.
O surto no sul do Brasil foi identificado em uma fazenda fornecedora da Vibra Foods, uma operação brasileira apoiada pela Tyson Foods (TSN.N), de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto.
A Vibra e a Tyson não responderam imediatamente às perguntas. A Vibra possui 15 unidades de processamento no Brasil e exporta para mais de 60 países, segundo seu site.
CHINA PROIBIU IMPORTAÇÃO
O Brasil exportou US$ 10 bilhões em carne de frango em 2024, representando cerca de 35% do comércio global. Grande parte disso veio da processadora de carne BRF (BRFS3.SA). e JBS (JBSS3.SA), , que enviam para cerca de 150 países.
China, Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos estão entre os principais destinos das exportações de frango do Brasil.
O ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, afirmou na sexta-feira que a China proibiu a importação de aves do país por 60 dias. Conforme acordos com Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, ele afirmou que a proibição comercial restringiria apenas os embarques do estado afetado e, eventualmente, apenas do município em questão.
O surto ocorreu na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, informou o Ministério da Agricultura. O estado responde por 15% da produção e exportação de aves brasileiras, informou a Associação Brasileira de Abate de Suínos e Aves (ABPA) em julho de 2024.
RESTABELECER EXPORTAÇÕES
Autoridades estaduais disseram que o surto de gripe aviária H5N1 já é responsável pela morte de 17.000 galinhas de criação, seja diretamente pela doença ou devido ao abate preventivo.
Autoridades veterinárias estão isolando a área do surto em Montenegro e procurando por mais casos em um raio inicial de 10 km (6 milhas), disse a secretaria estadual de agricultura.
Foto: Agência Brasil

Brasil trabalha para negociar fim restrições comerciais, diz ministro Carlos Fávaro
Carlos Fávaro, o ministro da Agricultura e Pecuária, disse que o Brasil estava trabalhando para conter o surto e negociar um afrouxamento das restrições comerciais mais rápido do que os dois meses acordados nos protocolos.
"Se conseguirmos eliminar o surto, achamos que é possível restabelecer um fluxo comercial normal antes dos 60 dias, inclusive com a China", disse Favaro em entrevista à CNN Brasil.