As igrejas se mantêm como instituição mais confiável para os brasileiros, enquanto os partidos políticos e os Três Poderes registram os menores percentuais. Os dados são da nova edição da pesquisa "A Cara da Democracia", produzida por um consórcio de pesquisadores das universidades UFMG, UnB, Unicamp, Uerj e Enap, e financiada pelo CNPq e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O levantamento também mostra que os brasileiros se dividem em relação à satisfação com a democracia.
No topo, aparecem as igrejas: 77% dos entrevistados demonstraram algum grau de confiança nelas. Nesse grupo, estão 36% que disseram "confiar muito" nessas instituições religiosas, 27% que alegaram "confiar mais ou menos" e 14% que responderam "confiar pouco". O contingente dos que alegaram não confiar nelas, por sua vez, foi 22%.
Já o segundo lugar foi ocupado pela Polícia Militar. O percentual geral de confiança na PM é de 76%, enquanto o índice de desconfiança registrado foi de 23%.
PERCEPÇÃO SOBRE OS PODERES
As Forças Armadas e a Justiça Eleitoral aparecem em seguida, empatadas com algum grau de confiança para 72% e alvo de desconfiança para 27%. Por outro lado, os partidos políticos permaneceram como as instituições vistas como menos confiáveis pela população, com índice de confiança de 53,3%. Em seguida, aparecem o Congresso Nacional (62%), a Presidência da República (63%) e o Supremo Tribunal Federal (63%).
O levantamento também mostrou que 43% dos entrevistados afirmaram estar satisfeitos com a democracia, 4% se dizem "muito satisfeitos" e 39% relatam estar apenas "satisfeitos". Outros 43%, por sua vez, se colocam como insatisfeitos e os 5% restantes não souberam ou não quiseram responder.
O ranking de confiança nas instituições é feito desde 2018 pelo levantamento e registra neste ano variações dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais e para menos, na comparação com os resultados obtidos no ano passado.
A pesquisa ouviu 2.510 eleitores presencialmente em todo o país entre 17 e 26 de outubro, e não captou, portanto, os impactos na opinião pública da megaoperação no dia 28 de outubro que deixou 121 mortos no Rio e mobilizou o campo da direita nas últimas semanas. O nível de confiança é de 95%.


