A imprensa estadual tem trazido a público o nome do ex-senador Cidinho Santos (Progressistas) como plano B em relação à candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), na eleição para o Governo do Estado no próximo ano, no campo governista.
Em termos políticos, a inclusão de Cidinho Santos como plano B, tem como possível explicação a provável avaliação acerca da fragilidade do vice-governador Otaviano Pivetta, cuja base eleitoral localiza-se no norte do estado, sem inserção eleitoral consistente nas demais regiões, incluindo a Baixada Cuiabana, que concentra 732 mil dos 2,6 milhões de eleitores do estado; 1/3 do eleitorado de MT na Baixada.
Para complicar ainda mais a situação, os prefeitos Abílio Brunini e Flávia Moretti, de Cuiabá e Várzea Grande, respectivamente, ambos do PL, devem apoiar a candidatura do partido: Welligton Fagundes ou Odílio Balbinotti, que disputam a vaga internamente na legenda. Cuiabá e Várzea Grande juntas, concentram 640 mil eleitores, 24,6% do eleitorado do estado. Ou seja, praticamente 1/4 do eleitorado de Mato Grosso encontra-se concentrado em Cuiabá e Várzea Grande.
A Grande Cuiabá, e de modo mais abrangente a Baixada Cuiabana, são decisivas eleitoralmente, e sem consistência no principal aglomerado eleitoral do estado, dificilmente uma candidatura ao Governo tende a obter êxito.
Dessa forma, as circunstâncias sinalizam para uma situação frágil da candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta, conjuntura que também enfraqueceria a candidatura do governador Mauro Mendes na disputa ao Senado. E considerando que o mais importante para Mauro Mendes é vencer a eleição ao Senado e governo, a opção pela candidatura de Otaviano Pivetta ficaria em segundo plano. Cabe, ainda, analisar, que tendo força apenas na região norte, o tempo é curto e Pivetta corre contra o relógio para reverter o quadro de fragilidade da sua candidatura na Baixada Cuiabana e outras regiões do estado.
Sob outro ângulo, salta aos olhos que a preferência de Mauro Mendes pelo nome de Cidinho Santos, na hipótese da candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta naufragar, consiste na exclusão do senador Jayme Campos que já anunciou desejo de disputar o governo. A exclusão de Jayme dos planos eleitorais do governador tem como pano de fundo a disputa por espaço político, apesar do senador várzea-grandense pertencer ao União Brasil (UB), mesmo partido de Mauro Mendes. O governador mexe as peças no tabuleiro do jogo político para “varrer” de cena a família Campos, e assim eliminar a concorrência, buscando reinar de modo soberano como a principal liderança política do estado.
Por fim, o deputado Júlio Campos sustenta discurso de que o União Brasil (UB) deve decidir sobre a candidatura, um discurso que poderia atrair a base do partido em apoio ao senador Jayme Campos, considerando que Otaviano Pivetta pertence à outra agremiação, o Republicanos. Todavia, a recente composição da federação do Progressistas (PP) com o União Brasil (UB), é um fato político relevante, que pode enfraquecer o discurso do deputado Júlio Campos. Cidinho Santos encontra-se filiado ao PP, que compõe a federação com o União Brasil (UB), o que fortalece politicamente o governador Mauro Mendes na sua estratégia de barrar as pretensões do senador Jayme Campos de disputar o governo pelo partido governista.